31 de out. de 2006

Justica

(teclado sem acento ou cidilha....ou seria cedilha?)

Faco justica a Dunga!
Disse que ele cometeu algumas injusticas na convocacao, como a ausencia de Souza, que vem jogando muito bem ha tempos, mas depois li que ele nao quis prejudicar nenhum time nessa reta final de Brasileirao!
Boa, Dunga!
Foi a primeira vez!

30 de out. de 2006

Duelo saudável...

São Paulo na primeira divisão, Galo mineiro na segunda!
Ambos líderes.
Ambos seguem firmes rumo ao título! Apesar da derrota mineira para o Gama.
Semana passada um diretor do Galo ironizou a tentativa do São Paulo de quebrar o recorde de público, que é do Galo, nas séries A, B e C do Brasileirão.
Essa semana, o Galo usa o CCT tricolor para se preparar para o jogo contra a Lusa!
E hoje, mais de 30 mil ingressos já foram vendidos para o jogo entre Tricolor e Ponte Preta!
Uma disputa saudável, que leva os dois times ao topo!
Isso sim é que é futebol!

Aleatorias

E Lula foi reeleito...
Mãos à obra, Presidente!
Mãos à obra, povo brasileiro (vulgo: nós)
De preferência, mãos limpas!

***

A vitória do São Paulo em cima do Figueirense, em Santa Catarina é daquelas que técnicos experientes, em times que perseguem o líder, devem pensar: "Xii, com essa eu não contava...não dá mais!"
Me pergunto se o Luxa pensou isso.

Destaque do sábado para Souza, sensacional!
E Rogério Ceni, mais uma vez!
Meu pai me fala de um monte de jogadores, do São Paulo ou de outros times, que eu não vi jogar.
Respondo: "Eu vi Rogério Ceni!"
700!

***

Ouvi falar de uma auto-entrevista de Palaia, na semana passada.
Não entendi, mas procurei entender.
Pelo que assimilei, ele perdeu uma excelente oportunidade de ficar calado!
E ainda quebrou as regras do Palmeiras!

***

Falar o que da convocação de Dunga?
Diego merecia, mas esse Carlinhos, do Santos, pode até ser promissor, mas está cedo demais!
Sinto cheiro de Luxemburgo nessa lista.
Nunca pensei que diria isso, mas, cometeram uma injustiça com Souza!
Faltou ele!

***

clap clap clap clap ao Dênis Marques!
Golaço!
Seria demais chamá-lo, ao menos uma vez, para vestir a amarelinha?
Acho que não!

***

Volto com outras

Inútil - Ultraje a Rigor

25 de out. de 2006

Conversa de barbearia...

O segundo turno das eleições estão aí...
Não há como fugir!
Dia 29 é a mesma coisa. Lá vão os brasileiros, feito formiguinhas, para as seções eleitorais escolher (ou não) um candidato.
O que me surpreendeu nesse período entre turnos foi o debate político. Não aquele que aparece na televisão entre candidatos, mas aquele praticado (!?) pela população. Nós.
A impressão que eu tive é que tratamos política um pouco (talvez até muito) como futebol.
Veste-se a camisa, prepara-se a voz e solta-se o grito!
Acontece que não estamos jogando contra ninguém.
A tristeza do time de futebol é não ter um concorrente à altura para jogar. Não ter um time para defender aos seus ataques e chutes.
Quando dois rivais eternos ficam sem se enfrentar por um tempo, fica chato. Legal é ganhar do rival. É assim que se constroem grandes clubes.

Na política não deveria ser assim.
Não sei como é exatamente em outros países democráticos (existe mesmo esse negócio chamado democracia?), mas sei que não gosto da maneira como tratamos nossa consciência política.
Estamos do mesmo lado. Independente da escolha feita através do voto.
Gastamos tempo e energia para ver quem é pior que nos esquecemos do essencial.
Essa luta tende a zero. É uma perda. Não é como no futebol.

Veja bem, não quero passar aquela imagem de filme do Frank Capra, que exalta a democracia e a liberdade como maiores privilégios de um povo (no caso, o americano).
O ponto é que acredito seriamente que ainda existam pessoas que pensam no bem coletivo.
E acredito que ainda existam pessoas que pensam.
O que não consigo acreditar é que se possa escolher um candidato ou outro sem pensar seriamente. Votar em alguém pela 'fé'! Isso é absurdo!
Esse tipo de escolha não pode ser feita cegamente. Pelo menos não por pessoas que tiveram o privilégio(aqui ainda estamos nesse patamar de classificá-la como privilégio, veja só!) da educação. Que adquiriram, pela educação, a capacidade de entender, grosso modo, o que é bom e o que é ruim.

Sentemos por pelo menos um minuto para pensar no que vem por aí. Para pensar no Domingo próximo!
Senão não teremos tranquilidade para encostar nossas cabeças no travesseiro e dormir todos os dias.
Gastemos pelos menos um minuto por dia para pensar no bem coletivo. Um minutinho só.

Interessante aquele slogan da justiça eleitoral: "O Brasil é tão bom quanto seu voto"
Faz sentido. Já que esse voto será bom mesmo, se pensarmos com seriedade aonde colocarmos.
Se o voto for jogado no lixo, é lá que encontraremos o Brasil.

Corinthians x Palmeiras

Esse negócio de sempre reclamar e reclamar, criticar e criticar ás vezes é meio irritante!
Cansa!
Ao leitor e a quem escreve.
Tudo bem que a situação dos dois rivais paulistas é vergonhosa.
Tudo bem que os times não têm mostrado o melhor futebol dentre os clubes brasileiros.
Tudo bem que as administrações são muito mais amadoras que profissionais.
MAS....é um dos maiores clássicos do futebol mundial! (sim, mundial!)

Me lembro de uma cena do filme "Boleiros" de Ugo Giorgetti.
O técnico do Palmeiras, no melhor estilo ditador, vivido pelo ator Lima Duarte (sãopaulino), sai pelos corredores do hotel, onde sua equipe se concentra para o clássico do dia seguinte, contra o Timão, à procura de seu melhor jogador (uma espécie de Edmundo em sua fase mais 'animal').
Acreditando que seu craque esteja 'se concentrando' no quarto de uma mulher, o técnico invade e entra chamando o jogador pelo nome.
A mulher, indignada, ameaça chamar a segurança do hote caso ele não se retirasse.
O técnico, desconsolado, fala num paulistanês macarrônico: "Dona...a senhora não sabe o que é um 'Palmêra' e 'Coríntia'!"

24 de out. de 2006

À la Schumi

Bem rápido, dou uma passada pelo blog.

Sensacional a corrida em Interlagos!
Não foi exatamente o ano do futebol que nós, brasileiros, esperávamos, mas o automobilismo compensou!
Bicampeonato de Alonso aqui!
Fim de carreira do maior piloto da história da F1 aqui!
E, enfim, uma vitória brazuca aqui!
O alemão foi demais!
O Massa idem!
Deu até pena do Alonso, que passou desapercebido!

***

O São Paulo e os Gaúchos!
Essa é a história do tricolor paulista em 2006!
Dessa vez, pelo menos, parece que o São Paulo será campeão!
O São Paulo só perde esse campeonato para si próprio, mas como não tem nenhum jogo São Paulo X São Paulo na tabela, passa a régua!

***

E o Timão, enfim, ganhou!
Esse clássico no Morumbi será o pior que já houve na história! Não pelo futebol, que pode até ser bom, mas pela situação dos dois!
Uma vergonha!
É pra se pensar!

***

Real x Barça ???
Eu não vi! E você?
Dane-se o futebol europeu!
Quem sabe eu me interesse de novo no ano que vem!
A única coisa que me chamou a atenção foram os gols do ex-santista Diego!
Manifeste-se, Dunga!

No Quarter - Led Zeppelin

18 de out. de 2006

Meu jogo inesquecível

Cruzeiro 2 X 1 São Paulo
09 de Julho de 2000
Final da Copa do Brasil, jogo 2.

A tragédia de uma geração

Não foi tão difícil escolher o meu jogo mais marcante. É claro que foi do São Paulo! Mas imagino que os fanáticos tricolores e até os eternos fregueses estejam estranhando a minha escolha indicada acima. Ainda mais com o semestre, o ano passado tão vitoriosos. Aliás, com os mais importantes títulos do São Paulo concentrados em treze anos. Todos estes, de certa forma, acompanhados por mim.
No entanto, passei a acompanhar meu time de perto apenas no vice da Libertadores em 1994, primeiro ano da década de “vacas magras” são-paulinas.
Década esta que teve apenas uma linda vitória por 6 a 1 sobre o tradicional Peñarol na final da Conmebol de 94 pelo expressinho de Muricy, um épico retorno do Rei Raí sobre sua presa favorita (preciso dizer?) em pleno Dia das Mães em 1998 (3 a 1, fora o baile) e os festivos títulos sobre Santos e Botafogo pelo Paulistão de 2000 e Rio-SP de 2001, respectivamente.
Minha vida de torcedor, até 2005, foi marcada por mais inglórias do que glórias. Para mim, estas realmente vinham do passado! Inglórias como o vice-campeonato continental em 94, vice-campeonato paulista de 97 (ai, Dario “intuicción”, porque Válber e não Marques), o Dida e os outros dez em 99, a João Havelange em 2000 para o Palmeiras, na única derrota tricolor da história em mata-matas para a porcada. Verifiquem, pois é verdade. Outros momentos tristes como o Kaká sendo caçado na Arena em 2001, as eliminações de três campeonatos por dois dos maiores rivais em 2002 e, por fim, a última infelicidade em mais uma final perdida para os corinthianos no paulistão de 03.
Isso sem citar derrotas acachapantes e humilhações sofridas diante dos rivais ao longo deste elástico período. E também, os próprios títulos por eles conquistados, mas que não valem citações.
Porém, de todas estas tristes memórias, existe uma que me marca e me dói até hoje. Nem a não-citada eliminação da Libertadores para o Once Caldas recentemente me doeu tanto! Para ser mais sincero ainda, foi a única derrota pela qual chorei compulsivamente e entrei numa espécie de depressão profunda; que curiosamente durou até o jogo seguinte do São Paulo.
Aquele Cruzeiro e São Paulo não me sai da memória e me dói na alma!
Nós vínhamos muito bem! Campeões Paulistas passando por Corinthias e Santos nas finais. Estávamos nas finais da Copa do Brasil, único campeonato que ainda nos falta na lotada sala de troféus, já que nem o recém criado Mundial de Clubes da FIFA esperou muito para chegar às mãos certas, com passaporte e visto carimbado.
Voltando..., havíamos eliminado os fregueses da Zona Oeste em verdadeiras batalhas nas quartas-de-final. Com direito a gol de letra do Rei Raí em pleno Palestra. E este, como sempre, nos comandava em campo e Levir Culpi fora dele. O paraibano Marcelinho estava mais certeiro do que nunca com seus tirombaços de fora da área. Ainda, Levir recuou Edmílson do meio para a defesa, o que lhe rendeu uma bela carreira na Europa e uma vaga no time campeão do Mundo no Japão em 2002.
O volante Alexandre mostrava-se seguríssimo e seu companheiro Vágner era responsável pela agressividade do time, puxando a marcação para França, artilheiro e estrela do time, fazer sua arte. O atacante, nascido em Codó, do Maranhão, comprido, de estilo refinado e também excelente assistente fazia sua melhor temporada desde o início de sua carreira no tricolor em 1997 e conquistava, definitivamente, um lugar no coração do torcedor tricolor. O meu, pelo menos.
França é o quarto maior artilheiro do São Paulo, que contou com matadores como Serginho, Careca, Leônidas, Muller e Raí. Sem falar em Friedenreich!
E ainda havia ele, Rogério Ceni. Símbolo central daquela época de poucas glorias mas, ainda assim, ídolo da geração mais nova de são-paulinos. Um goleiro que apurava e ainda apura sua técnica a cada treino, a cada jogo e já era considerado um ótimo cobrador de faltas. Fazendo, inclusive, um dos gols na final do estadual daquele ano. E ele ainda era são-paulino de coração!
Assim, o otimismo aumentava a cada jogo, e nem uma atuação fraca na partida de ida pela semi da copa contra o Atlético-MG no Morumbi, na qual, até hoje não sei como fizemos 3 a zero, me abalou a confiança. Mesmo porque, como é que os mineiros reverteriam tal vantagem? Naquele momento, apenas uma coisa incomodava o fanático aqui. É que Vagner, nosso arredio volante, estava em vias de terminar o contrato. E antes mesmo do segundo jogo da semi-final. Pior ainda, ele era assediado pelo timinho que se diz campeão do Mundo e pedia trezentos mil reais apenas pela renovação.
Resultado: O São Paulo não aceitou. Vagner não foi para a fazendinha (ufa!), mas para a Espanha. Largando o barco tricolor antes do jogo de volta contra o Atlético-MG. Até hoje não sei se chamo a diretoria da época de incompetente ou o jogador de mercenário. Em todo caso, a primeira opção mostrou-se mais adequada no decorrer da história.
O tricolor sentiu a ausência de Vagner e teve dificuldades para jogar, mas a ampla vantagem obtida no Morumbi permitiu o time a administrar a partida que terminou 3 a 3. Com uma endiabrada participação de Marcelinho Paraíba, que marcou os três gols tricolores e levou o time à primeira final de Copa do Brasil com toda a confiança necessária para pegar outro time de BH. O Cruzeiro. Sendo a primeira partida no Morumbi e a segunda no Mineirão.
Levir colocou Maldonado no lugar do vendido (sem ambigüidades) Vagner e apostou em Sandro Hiroshi, que voltara de suspensão após causar inúmeros problemas no futebol brasileiro. O técnico acreditava que a velocidade do atacante ajudaria a confundir a zaga cruzeirense.
Quarta-feira, 5 de Julho, fui ao Morumbi com meus irmãos e primos. Entramos duas horas antes do horário Global (depois da novela). Provavelmente estava frio, mas eu não me lembro, pois estava muito nervoso naquela noite para ver minha segunda final de campeonato em pleno Morumbi. Ambas no mesmo semestre. Aliás, algumas curiosidades envolviam aquele jogo para mim. Meu primeiro jogo no Morumbi foi em 1993 num 0 a 0 com o Cruzeiro. Meu primeiro jogo no Pacaembu foi em 2004 num 0 a 0 contra o Cruzeiro. E além daquela final, vi outros dois jogos contra eles no estádio. Uma vitória e uma derrota. Mas isso não vem ao caso.
O caso é que aquele primeiro jogo foi terrível. Um chocho empate em 0 a 0 (só pra variar) e um sem-número de gols perdidos pelo escondido ataque tricolor, que sofria forte marcação da equipe dirigida por Marco Aurélio. E que, campeão ou não, estava fora do Cruzeiro assim que terminasse a finalíssima, cedendo lugar a Felipão. Assim, eu sofria a cada gol perdido. O mais bizarro deles, uma bola alta sobrando na linha da pequena área, na cara do gol, chutada de chapa por cima do travessão pelo pé de Hiroshi. Qualquer um faria aquele gol, menos o Hiroshi!
Fim de jogo. A torcida tricolor triste, mas ainda confiante. Os mineiros comemoravam aquele belo empate arrancado fora de casa.
Eu tinha muita fé no título e naquele time que, de certa forma, enchia meus olhos, já que era a primeira vez que isso realmente acontecia. Eu estava torcendo, de fato, para meu time! Pois naquela época, tudo que sabia fazer era zombar da desgraça dos rivais. Desgraça que era pouca, com o Corinthians bicampeão brasileiro e o Palmeiras recente campeão da América. Ainda assim, aqueles dias estavam muito bons para mim, pois o Corinthians acabara de ser triplamente eliminado por Botafogo na Copa do Brasil, por Palmeiras na Libertadores e por nós no Paulista. Além disso, a porcada ainda chorava o vice-campeonato da América para o poderoso Boca Juniors. E eu era um ingênuo e chato torcedor de catorze anos que torcia mais contra meus rivais do que a favor do meu São Paulo. Nunca havia gritado “é campeão” com categoria e achava que a hora era aquela. Mas mal sabia eu que vestir as camisas de Manchester United e Boca Juniors iria me trazer tanto azar!
Bom, e lá ia eu, de férias, para a minha fazenda em São Carlos na companhia do meu amigo santista Adriano. Único que eu podia realmente escorraçar, cantando o parabéns para uma fila que já durava dezesseis anos.
Dia do jogo:
Família Mello, tricolor desde os idos de 1930, apreensiva para mais aquela final.
Hora do jogo:
Vesti o manto no meu quarto, ajoelhei e pedi ao santo Paulo que nos agraciasse com aquela tão sonhada vaga na Libertadores. Beijei o escudo, fiz o sinal da cruz e subi para a sala de TV da casa.
Posicionei-me estrategicamente no mesmo lugar do chão em que vira o Brasil campeão do Mundo seis anos antes! Aquilo tinha que trazer boas energias.
O jogo:
Truncado, com poucas oportunidades para os dois time e um nível técnico médio. Raí e França desapareceram naquele jogo. O Cruzeiro tinha Sorín e a revelação Geovanni. Mas o tricolor tinha um iluminado Marcelinho Paraíba em grande fase. Este meia-esquerda de Campina Grande vinha sendo muito decisivo com seus fortes e colocados chutes. E não poderia ser diferente naquele jogo.
Aos 28 minutos do segundo tempo, falta na lateral direita ao lado da grande área azul. Lembro-me que a câmera da Globo focalizava uma visão aérea de trás de Marcelinho. Ele chuta com uma força e um efeito que deu a impressão que a bola passaria por cima do travessão, mas não! Ela encobre a barreira e, por cobertura, passa pelo assustado André, que se estica todo para cima mas não alcança. É GOL!
Explosão! Eu me levanto correndo para o gramado ao lado da piscina pulando e gritando: “Nós vamos ser campeões! Nós vamos para a Libertadores, caralho!!!”. Recordo-me também que já estava escuro. Estávamos realmente próximos de conquistar um sonho!
Volto para o lugar estratégico feliz e preparado para agüentar mais vinte minutos com o coração na boca! Ainda mais que o empate, caso acontecesse, era nosso! O Cruzeiro, agora, precisava ganhar o jogo para tirar o caneco do tricolor! Quanta alegria!!!
Tudo corria às mil maravilhas, mas eis que se levanta do banco cruzeirense um velho conhecido nosso: Muller! Experiente, campeoníssimo com a camisa tricolor e pior, sabia ganhar quando tudo parecesse perdido (não é, Costacurta?). Ele entra e muda a cara do jogo. O time mineiro, aparentemente derrotado em pleno Mineirão, renasce. E em poucos minutos, Muller e Fábio Júnior, outro que também acabara de entrar, costuram uma tabela que dá origem ao gol de empate dos cruzeirenses pelos pés de Fábio Jr.
O tricolor se fecha ainda mais e passa a aproveitar os poucos contra-ataques que restavam. Eram os vinte minutos mais longos da minha vida! Levir coloca o volante Axel para defender a agressividade cruzeirense. Porém, no lance capital, o relógio batendo já na casa dos quarenta minutos, Axel, numa disputa no meio campo com Geovanni, recua mal para Rogério Pinheiro, que voltava de contusão e se encontrava fora de forma (além de não ser bom zagueiro). O beque tem de correr atrás da bola que fica entre ele e seu xará goleiro. Geovanni, revelação de vinte anos, camisa 10, começa a correr bem de trás de Pinheiro. Ceni já se preparava para a possibilidade de precisar sair do gol. O meia cruzeirense alcança o zagueiro, ultrapassa-o e este, em seguida, derruba o jogador mineiro encostado na meia-lua. Os dois Rogérios parados, assustados, e o menino Geovanni entre eles pedindo a expulsão de Pinheiro.
Carlos Eugênio Simon, que fez uma bela arbitragem, saca o vermelho do bolso e manda Rogério Pinheiro para o vestiário.
PAUSA: Sabe aquela sensação que, mesmo quando as coisas parecem bem, você sabe que tudo vai dar errado? E nem o mais otimista deixa de ter essa sensação. Pois é isso que os Sãopaulinos sentiram naquela hora. Não é, torcedor tricolor?
Na hora pensei que Rogério fosse pegar, ou que a bola fosse parar na arquibancada. Mas no fundo sabia que estava tudo acabado. O São Paulo perdeu o jogo.
De volta à cena: O Cruzeiro se prepara para bater...Rogério arma a barreira e se posiciona...Geovanni corre e chuta rasteiro...a bola passa entre as pernas de Axel, que havia entrado poucos minutos antes. Mas ela não apenas passa por baixo, porque se fosse isso, Rogério agarraria. Ela gentilmente toca na perna de Axel. O mesmo que havia recuado mal no lance imediatamente anterior. A bola desvia sua rota e pega nosso arqueiro no contra pé, morrendo lentamente no fundo do gol. E no último minuto do tempo regulamentar.
Eu me levanto correndo, aos prantos. Nem me lembro que caminho fiz para chegar à cena seguinte: Eu, no gramado entre a casa principal e a casinha da minha família, deitado, chorando desesperadamente e me perguntando: “Por quê eu?! Por quê assim?!”
...
Foi, de longe, a maior tristeza que já tive com o futebol. Uma ferida difícil de olhar. Até hoje é difícil lembrar daquela partida. Mesmo hoje, quando me sinto no topo do Mundo, tenho dores no peito ao relembrar aquela virada. Jamais assisti àquele jogo novamente. E me lembro que assisti aos acréscimos apenas no dia seguinte. E vi que meu time perdeu uma chance de ouro numa cabeceada de Marcelinho dentro da pequena área. Quem sabe a história seria outra se eu não tivesse caído em desespero...
Mas assim foi.
E hoje considero aquele jogo o mais marcante da minha vida, pois mudou a minha concepção de fanatismo por um time. Naquela tarde, fui obrigado a amadurecer como torcedor. E como pessoa, já que o Futebol é parte importante da minha educação como pessoa e da minha personalidade.
As mudanças que aquele jogo provocou em mim, não posso descreve-las. Sou o que sou e não preciso fazer auto-análise nesta crônica.
A única coisa que posso afirmar categoricamente é que desde aquele dia, meu fanatismo por futebol e meu amor pelo São Paulo aumentaram demais! É por causa daquele jogo em Julho de 2000 que aproveitei tanto as glórias que vieram em seguida. A virada sobre o Rosário Central em 2004. Todas as partidas contra o Corinthians desde 2003 (e a fila anda). A maioria dos clássicos contra os fregueses Santos e Palmeiras. A Libertadores de 2005. O River, o Tigres, o Palmeiras, o Atlético Paranaense.
O Liverpool e o Mundial da FIFA. Que merecem esta linha só para eles!
Obrigado, Geovanni. Obrigado, Cruzeiro.

Obrigado São Paulo Futebol Clube! Mas que aquilo nunca se repita, pelo amor que tenho por você!

Felipe Figueiredo Mello, 10 de Janeiro de 2006.
_________________________________________________________________________
Ficha técnica: Copa do Brasil; 09 de Julho de 2000.
Estádio Mineirão-Belo Horizonte
Juiz: Carlos Eugênio Simon. Público: 85.841
Cruzeiro: André, Rodrigo (Fábio Júnior), Cris, Cléber e Sorín (Viveros); Donizete, Marcos Paulo, Ricardinho e Jackson (Müller); Geovanni e Oséas. Técnico: Marco Aurélio
São Paulo: Rogério Ceni, Belletti, Edmílson, Rogério Pinheiro e Fábio Aurélio; Alexandre (Axel), Maldonado, Raí e Marcelinho; Edu (Fabiano) e França (Carlos Miguel). Técnico: Levir Culpi.

17 de out. de 2006

Fanatismo, arrombamentos e ...

Obs: escrevo de um teclado americano

Estive longe de SP durante o feriado. Mas voltei para a cidade especialmente para ver o lider do Brasileirao encher a casa e golear o Juventude. Foi meu jogo de numero 30 no Estadio este ano!
A noticia ruim ficou por conta do vidro do automovel, estilhacado por um infeliz que nem sequer radio roubou!
E pelo que fiquei sabendo, esse sabado teve muitas ocorrencias de vandalismo e assalto. A policia nao esperava tamanha multidao. Nem eu, mas esse nao e' o meu trabalho!
Ja' diria Renato Russo, que pais e' esse?

***

EEE, Verdao! Ganha algumas, perde outras e empata muitas.
Esse Palmeiras me lembra muito o Sao Paulo do fim da ultima decada.
Com dirigentes incompetentes e ultrapassados.
Ai' sobra pro elenco e para a torcida, que se mostra bastante apaixonada ultimamente.
Inclusive, estive la no jogo contra o Flamengo, semana passada. Nao me pergunte porque.
(OBS: Contando mais este jogo e o classico Palmeiras x Santos, estive 32 vezes no Estadio este ano)

***

O Crohtinains etsa tdoo dseroaginazdo!
Nao, nao foi erro meu. Foi de proposito!
Leia-se: O Corinthians esta' todo desorganizado!
E ate' ja' ouvi um otimo apelido para Leao.
"Leao, o quimioterapico"
Sem piadas, a situacao e' grave!
E ainda tem os bastidores nas paginas policiais!
Xiii...
Vai precisar de muita fidelidade nesse momento!

***

De resto, nao me vem mais nada na cabeca!
Apenas a esperanca de dias melhores pro Brasil


Musica: Qualquer uma do Rappa

9 de out. de 2006

Leão e o lobo

Sabe aquela história infantil do Pedro e do Lobo?
O garoto Pedro tem mania de assustar os outros gritando que tem um lobo por perto, mas é sempre mentira.
Quando finalmente vem um lobo e Pedro, como sempre, grita: "Lobo, lobo!"
Aí ninguém mais acredita!
E o lobo devora o garoto Pedro.

Pois é assim que o Leão, técnico do Timão deve estar se sentindo com relação a arbitragem do Brasileirão.
Ontem, a reclamação pela incorreta expulsão de Betão era justa, mas quem é que deu atenção???
Depois de tanta reclamação...
E o Corinthians vai sendo devorado aos poucos!

If you've got trouble - The Beatles

Diálogo de banheiro de bar

Sábado, 20h, bairro da Pompéia. São Paulo.

P1 - Cês ganharam ou perderam?

P2 (com a camisa do São Paulo) - 2 a 1, de virada, pra nós!

P1 - Isso me deixa muito triste. Mas o problema mesmo são os 'outros'!

P2 - Pra que time você torce?

P1 - Morando nesse bairro! Quê que você acha...?

P2 - Ah! Então a vitória de vocês nessa semana foi na quinta-feira!

P1 - Ué, por quê?

P2 - Porque eles ainda estão atrás de vocês, e é isso que importa!

P1 - Com certeza! Até mais!

P2 - Tchau...

Piggies - The Beatles

2 de out. de 2006

Que dia!

Apesar de achar que um dia de eleição deveria ser "só" mais um dia em que exercemos nossa cidadania (essa palavrinha tão surrada, coitada!), fiquei contente com o espírito que a Democracia carrega.
Foi minha terceira participação democrática (em termos oficiais). Envolvendo eleições e referendos!
Foi mais um dia de intensa observação! Gente indo, gente vindo. Gente trabalhando, gente de folga. Dia de (re)encontrar os vizinhos, alguns deles antigos.
Dia de protestar. Não fazendo boca-de-urna, mas de outras maneiras. Criativas.

A mim, parecia dia de jogo de futebol. Dia de jogo do Brasil na Copa!
Não deve ser à toa que as eleições mais importantes coincidam com o ano do evento mais importante para nós, brasileiros.
A grande diferença, porém, entre dia de jogo do Brasil na Copa e dia de eleição, é que o primeiro envolve, primordialmente, paixões.
É claro que o segundo também envolve. Nos dias de hoje mais do que o aceitável. Mas o fenômeno é outro.
Abordar a democracia como fenômeno humano é dos temas mais estudados por cientistas sociais. A democracia, de acordo com as ciências sociais, é mais um dos fenômenos que se dão em consequência da razão e racionalidade humanas.
O futebol me parece estar mais de mãos dadas com a irracionalidade. Ainda que muitos cientistas sociais façam grandes e belas análises não só do futebol, mas do esporte, como cultura humana.
Mas é interessante observar que num dia como ontem, milhões de pessoas se deslocaram para escolher um líder e vários representantes para comandar os rumos de um país. E o que seria um país?
Bom, é para isso que estudo e tento me formar. Para tentar responder indagações como esta.
O que é o Estado? O que é a nação? O que é o cidadão?

Muito intrigante esse ser vivo a quem chamamos de humano!
O importante mesmo é que não deixemos que o dia de ontem seja único! Que seja um em vários!
Reclamar, contestar, protestar, criticar, debater e participar!
Nenhum outro bicho faz isso. Só o ser humano!

Façamos mais!

Cara a cara - Chico Buarque