22 de set. de 2016

Haddad

Não foram poucas as vezes que defendi a gestão do Haddad aqui.
Muitas vezes de maneira obsessiva e outras tantas até mal educada.
Tive a chance de consumir todo tipo de notícia e informação sobre a gestão da cidade e embora isso não seja algo novo para mim, foi a primeira vez que o fiz sob o ponto de vista de defensor do próprio voto. E também sobre uma convicção do rumo que a cidade assumiu nestes últimos quatro anos.
Também tive a chance de dialogar, de debater e até de brigar com muita gente aqui.
Gente com graus variados de informação e interesse pela política municipal.
Entendo hoje o tanto que isso me ajudou a construir e reconstruir uma postura política.

O grande aprendizado chega em forma de (auto)crítica: tirando as falhas de gestão, que são parte de qualquer administração, entendo que o erro maior do nosso prefeito foi não saber lidar com dissonâncias. Um pouco pelo tom professoral que ele adota e um pouco por arrogância, Haddad teve mais baixos do que altos para construir uma política de diálogo com seus opositores.
Foi pouco hábil para mostrar que seus interesses como gestor eram consonantes aos interesses de seus opositores. Foi pouco hábil para atrair apoio do lado de lá.
E grande parte de seu eleitorado (eu incluso) incorre no mesmo erro.

E vejam que o que está em jogo nestas eleições não são apenas as (importantes) decisões administrativas.
É o rumo que a cidade toma.
Tenho profundas dúvidas sobre os interesses dos três candidatos que lideram as pesquisas.
Um deles responde por uma máquina de lavar dinheiro sobre a fé das pessoas.
Outro parece um deslumbrado aventureiro, sem nenhuma noção da cidade que se propõe a governar, sem nenhum conhecimento da população que circunda o umbigo do Jardim Europa.
E outra que mostra fazer jogo duplo, com as famosas segundas intenções que seu partido cultiva ano após ano.
Nenhum deles apresenta uma ideia de cidade que sequer chegue perto do que o Haddad realizou de 2012 para cá. Nenhum deles apresenta um projeto consistente, que indique um interesse genuíno em governar São Paulo.
E lembro o quanto a cidade serviu de trampolim político para prefeitos anteriores.
Teve um prefeito que não chegou a completar 2 anos de administração e deixou no lugar outro cujo maior feito foi retirar os outdoors das ruas.

Haddad não está imune a este ambiente e a críticas semelhantes.
Se em 2012 ele precisou lotear a Secretaria de Habitação para o PP do Maluf e a Educação para o PMDB do Temer, me pergunto qual será o preço a pagar por ficar no PT.
E em um PT com muito restritas possibilidades de loteamento político.
Eu acho que o Haddad deveria sair do PT muito menos pelo discurso hipócrita que sua oponente do PMDB alardeia e muito mais pela falta de respaldo que o partido lhe deu em 4 anos.
Um ponto muito alto da administração foi ter governado com certa independência do partido, como mostra o caso dos 20 centavos e a renegociação da dívida com o governo Dilma.
Pode ser que seja tarde, mas Haddad está diante do dilema entre a fidelidade canina, quase cega, pelo partido que defende há 30 anos e do interesse pelo bem da cidade que governa.
Eu acho que ele pende mais pela segunda opção, até porque sinalizou isso cotidianamente durante 4 anos de governo.

No entanto, considerados os desafios em uma metrópole tão heterogênea, considerando o momento político agudo que atravessamos, considerando estes erros em uma escala maior de postura e gestão administrativa, repito: Haddad foi o melhor prefeito que a cidade teve em décadas.
E aqui eu também deixo de lado os pontos fortes e feitos administrativos. É informação batida e repetida em época eleitoral e são aspectos menores dentro de um feito mais importante.

E qual foi o feito mais importante do Haddad?
Foi ter direcionado a administração com outros referenciais e para outro sentido. Diferentes daqueles que conhecíamos antes de 2012.
Haddad não foi demagógico com a administração, tomando decisões altamente impopulares mas benéficas no longo prazo. Os 400km de ciclovias e faixas de ônibus estão aí pra provar.
O Plano Diretor aprovado junto à Câmara Municipal também.
Haddad também não fez demagogia com o dinheiro público: lembro da discussão dos 20 centavos em 2013, quando ele expressou com clareza a necessidade de discutir o orçamento municipal com a população. 20 centavos a mais de subsídio às tarifas representaram cortes em outros setores, como saúde e educação.
Hoje a cidade ostenta a condição de Investment Grade, indo na contramão das finanças do próprio país.
Por fim, por mais que a persona Fernando Haddad tenha tido dificuldades de diálogo com os dissonantes, também é dele a marca de abertura democrática da cidade: hoje temos um Conselho Municipal, formado por ilustres paulistanos de diferentes setores e classes sociais, e temos as inúmeras consultas públicas ao longo de 4 anos como prova de uma mentalidade aberta, corajosa e vanguardista.

Por tudo isso, entendo que o prefeito merece mais 4 anos. E se isso não convence, me abro para debater um pouco mais nestes dias que antecedem as eleições!
#FicaHaddad

16 de set. de 2016

5 anos

Como hoje, foi numa noite de sexta-feira.
E uma noite de encontro, como que fechando um ciclo e começando outro.
Era noite de envio de construção do Teto.
Mas nem eu, que havia anos não abria mão pegar em ferramentas, nem você fomos junto daquele grupo de voluntários.
Ficava para trás uma história de encantamento, a causa nobre pela qual nos cruzamos na vida.
E nós nem sabíamos que ali começaria uma construção só nossa: com nossas dificuldades e nossas realizações, ansiedades e descobertas, incompreensões e compreensões.
Tão 'pés no chão'.
Tão intensa.
Tão real!
Foram cinco anos profundamente maravilhosos. Mais que especiais!
Vi você se tornar uma mãe e mulher incomparável. Me vi descobrindo a paixão pela paternidade.
Te agradeço pela companhia, pelo carinho, pela entrega cotidiana.
Te amo!