14 de ago. de 2009

Na total incapacidade de versar, sou obrigado a prosear.
Ando à procura daquele tal amor perfeito...
Não...não estou procurando de verdade. É só modo de falar...
Queria 'só' entender significado tão concreto para algo tão indefinível, impalpável.
A poesia, tão recorrente meses atrás escasseou. Sinal de novos tempos e é preciso ir com a maré!
Aquela poesia foi bastante importante para clarear algumas dúvidas. Para escurecer também!
Hoje veio a dúvida e mesmo tentando, fui incapaz de escrever um verso sequer.
Talvez por que não esteja encontrando amor nas poesias. E talvez porque não encontro poesia no amor.
Amor perfeito deve ser carregado de ilusão, não?
Coisa de cinema. E provavelmente dura como um filme de Hollywood.
Tem seus altos e baixos. Cúmplices e vilões. Sustos e risos.
Mas termina!
Tenho pensado, cada dia mais, que amores perfeitos são aqueles repletos de defeitos. (eis aí um resquício poético)
Aceitação das falhas de lado a lado. Preenchimento de fendas e feridas de um para o outro.
E é um desafio fazer isso no mundo de hoje. E nem falo de amor que casa, que namora ou que transa. Falo de amor pura e simplesmente.
Difícil pra cacete aceitar-nos. Quanto mais aceitar os outros!
Lembro de uma frase, meio batida até, que diz que 'amigo é aquele que sabe tudo a seu respeito e ainda assim é teu amigo'!
Bonita, né?
Não tem troço que entre no meio de um amor verdadeiro. Esse, sim, perfeito!
Não se sabe nem onde começa um e termina o outro. Aliás, nem são dois amores, são o mesmo!
Mas enfim...só um registro da dúvida...
Engraçado é que mesmo o amor próprio, quando falso, faz com que a pessoa, de tão auto-amada, seja incapaz de ver e aceitar os próprios defeitos.
E o mundo de hoje é tão umbiguista, tão perfeccionista, que acaba prejudicando o relacionamento entre indivíduos...

2 comentários:

Pucci disse...

Pois é Fi. Sempre achei que a Disney estragou a concepção de amor quando inventaram o "Felizes para sempre". Sou mais a favor da idéia de amor que você expressa, um amor de aceitação e que completa um ao outro, com defeitos e humanidades. Mas discordo de uma coisa: acho mais difícil aceitar a nós mesmos, porque isso significa desenvolver consciência de nossos defeitos, nossas fraquezas. É difícil olhar para o próprio umbigo e admitir defeitos. O falso amor prórprio que você descreve. Me parece mais fácil reconhecer os defeitos dos outros e aceitá-los.
Pra mim, amor verdadeiro é aquele que se sente, nunca o que se imagina ter ou que se deveria ter. Não se finge amor. E acho que amor pode durar muito ou pouco, ser mais forte ou mais fraco. E o amor é um, mas as pessoas sempre serão duas.

Luiz Gómez disse...

Caraca! O papo-emoção virou papo-cabeça. Racionalizaram o amor!

O amor realmente precisa aceitar os defeitos dos outros. Mas acho que para isso precisamos aceitar a nós mesmos e aos nossos defeitos.

Se somos perfeitos demais, como aceitar menos dos outros? E exigir que o outro seja perfeito, o que é senão exigir que o outro atenda às suas expectativas, assim como nós pretendemos atender à do outro?!? Uma espécie de egoísmo, não?

De qualquer forma, gostei do texto e do comentário do Pucci. Mesmo racionalizando, "o amor é aquele que se sente".

Ou para ficar na sabedoria de Cazuza: O amor na prática é sempre ao contrário.

http://letras.terra.com.br/cazuza/65901/