4 de dez. de 2009

não disse

não disse que era fácil?
não disse que seria tudo,
e de tudo ficou um pouco,
diria o poeta.

nem disse que seria difícil?
ou que faria tanta força.
mês passado era maior,
ou parecia.

hoje é pequeno,
menor que grão
imensurável

grande é o novo
a nova.
Inovadora ela
Que só ela.
Só pra mim.

E ficas pra trás
na vista.
Até quando a terra fizer
curva.

29 de nov. de 2009

7?

Nada como um dia decisivo
pra se sentir mais vivo!
Vai, São Paulo!

11 de nov. de 2009

breu

De repente, fez-se escuridão.
O horizonte chegou perto, o mundo apertou diante dos olhos e...
Escuro.
A noite avançou longe. Nublou.
Sob a terra, o frio corroeu.
Não sobrou nem calor.
Enraizou-se gelo aos pés.
Cores não houve mais.
Só tons.
Dos sons, silêncio ou grito! Não se sabe.
Cheiro era pedra. Quase areia ao toque das mãos.
Mãos? Anestesia.

27 de out. de 2009

Ode ao Brasileirão em números - Versão 2009

54, 53, 52, 52, 51

7 x 3 = 21

4,1,3,6,5 --- 7...6...5...4...3...2..1 ---> 5?, 2?, 4?, 7?, 6?

?

22 de out. de 2009

Lucidez

A lucidez é um dom e um castigo. Está tudo em uma palavra. Lúcido vem de Lúcifer, o arcanjo rebelde, o Demônio. Lúcifer é também o luzeiro do amanhecer, a primeira estrela, a que mais brilha e a última a se apagar. Lúcido vem de Lúcifer, Lúcifer, de Lux e Ferous que quer dizer: aquele que tem luz. Que gera luz. Que permite a visão interior. Deus e Demônio tudo junto. O prazer e a dor. Lucidez é dor, e o único prazer que podemos conhecer, o único que se parece remotamente à alegria é o prazer de permancer consciente da própra lucidez. O silêncio da compreensão, o silêncio do simples estar. E nisto se vão os anos, nisto se foi a bela alegria animal.
Pizarnik.
Brilhante.

9 de out. de 2009

nimim

Confronta-te!
Sozinho
Entra no quarto
vazio e
Te vê.
Vive o silêncio
Do nada que
te preenche
e nota que
lhe cabe.
Vê-te inteiro
mesmo sendo
parte!
E parte pra
cima de ti
e abraça,
Sim.

25 de set. de 2009

312

Cacilda!
Nem percebi que tinha chegado nos 300 posts!
Isso é que é persistência!
Ou seria insistência?!

São Paulo x Corinthians

Não é qualquer clássico.
Não é clássico entre dois times que tem raízes comuns e uma relação de amor e ódio, como Palmeiras x Corinthians.
Não é clássico antigo como FlaFlu ou politicamente motivado, como Inter e Grêmio.

O clássico do domingo opõe invejas viscerais.
Uma inveja que se confunde com orgulho, amor próprio.

Sãopaulino não gosta de sofrer, mas certamente admira a fidelidade que o corinthiano dispõe por seu time. Mais que admiração, há o desejo de ser parte de uma torcida com tamanha paixão. Antes fosse a torcida do São Paulo tão apaixonada, eu diria!

Corinthiano adora sofrer, ganhar no último minuto, mas detesta perder o que mais deseja. Não lida bem com a derrota e sofre com os altos e baixos. Basta ver que 23 anos de fila são motivos de orgulho e vergonha a um só tempo. Quem dera houvesse tamanha estabilidade para ganhar uma Libertadores, deve pensar o alvinegro no fundo de sua inconsciência.

O São Paulo quer ter a maior torcida do Brasil, mas não tem vocação de clube de massa.
O Corinthians busca equilíbrio psicológico, mas tem uma construção visceralmente baseada em altos e baixos.

Até dois dos maiores ídolos de cada lado, irmãos, se opõem em aparência e essência.
Sintomático!

Nada simples o que se choca quando Tricolor e Timão jogam um contra o outro.
Jogo de antíteses!
Basta uma vitória de um dos lados e o outro já é freguês.

Para mim, vencer não basta. Tem que eliminar do campeonato!
Mas, por ironia, há o desejo inescondível de manter vivo o confronto.

Domingo é dia de agradecer por viver e ser apaixonado por futebol!

Abaixo, dois jogos incomuns.
Foram os que mais me marcaram!
Duas vitórias tricolores, é óbvio!

24 de set. de 2009

Testa

E mais uma vez vou eu
De cabeça na mão
De testa e sem chão,
Testa, Felipe! Testa...

De condicional uma prisão,
Da experiência, lição!
Testa!
Testa lá longe
No chão.

Mas dum mergulho
De cabeça
Ficou a lição.
Um respiro suspiro
que não foi em vão!
Testa e não vacila, não!

Entre aquela e esta,
Sem venda
Sem fenda,
Mais valeu a testa!

Vai de cabeça
Qu'é tua essência.
Na insegurança,
vai de testa e
Testa...

23 de set. de 2009

Ás vezes acho melhor puxar o carro e mudar de blog.
Esse aqui anda tão ocioso...
Difícil é sair de um troço onde me hospedo há três anos!
E, pior, nem sei que nome dar para um novo e mais espaçoso lugar comum virtual.
Tô pensando...

19 de ago. de 2009

O capitão voltou...

Rogério Ceni volta a campo hoje à noite depois de quatro meses longe do gol.
É sempre bom contar com o maior jogador da história do São Paulo, mas sua ausência mostrou aspectos muito positivos para o futuro do São Paulo como time e como clube.

O aspecto positivo a curto prazo mais importante foi o surgimento de novos líderes dentro de campo. E liderança não é algo que simplesmente se exerce. É importante haver espaço e tempo para que essa característica desponte em uma pessoa.
Claro que os jogadores sempre estiveram em campo e conhecem o São Paulo há, pelo menos, dois anos, mas André Dias, Jorge Wagner e Hernanes finalmente tiveram o espaço necessário para exercerem liderança em um grupo acostumado a ter Ceni como referência.
Foi difícil, foi forçado, mas hoje é possível ver o amadurecimento dessas três figuras sãopaulinas.
André Dias, na minha opinião, tem perfil para ser capitão da Seleção. Experiente, tranquilo e um zagueiraço!

Outro ponto positivo foi a mudança de rumos que o clube tomou sem ter participação de Rogério.
Sabemos do peso que o capitão tem nos bastidores. A opinião de um jogador com mais de 18 anos de casa conta muito.
Rogério é amigo pessoal de Muricy e deve a ele muito de seu desenvolvimento como goleiro, mas isso ficou de lado na hora da decisão ser tomada (ainda acho a demissão um erro, mas sem a interferência de Rogério, talvez a escolha pelo novo técnico tenha sido muito acertada).
Mais do que isso, Rogério ficou de fora em um momento difícil no primeiro semestre.
Houve um claro rompimento na linha do tempo tricolor após a eliminação da Libertadores.
Estamos em outra Era no São Paulo. O que sei é que a Era passada tinha Ceni como figura máxima.
Se for para dar um palpite, esta que iniciamos agora não será de Rogério.

No longo prazo, uso a metáfora Dênis para apontar outro ponto positivo das 'férias' do camisa 01.
Há anos os tricolores se perguntam quem será o substituto de Rogério.
Sabíamos que Roger, mais velho, não iria herdar o trono. E houve tantos que não demonstraram personalidade na posição: Márcio, Alencar (cruzes!), Matheus (esse até pegou pênalti, mas continua como reserva)
Bosco, o paredão, é sãopaulino fanático e aparentemente será nosso goleiro até colocar os burros na sombra em definitivo, mas não simboliza uma nova geração.
Achamos Dênis. Jovem, discreto e com enorme potencial...
Já tivemos a oportunidade de ver Rogério sendo substituído em uma longa sequência.
É possível jogar, e jogar muito bem, sem o capitão debaixo das traves e como referência em campo.
Mais do que a saída de Rogério como goleiro, o que nos preocupava era a saída da instituição Rogério Ceni. Essa figura que não mais se descola da simbologia sãopaulina.
Descobrimos que há vida sem Rogério!

16 de ago. de 2009

Richarlyson, o divisor de águas

Entre um grito omitido e uma ofensa sexista proferidos pela torcida mais hipócrita do Brasil, Richarlyson vai dividindo em duas as torcidas do São Paulo.
Aos poucos, os verdadeiros torcedores do São Paulo estão aparecendo e ocupando o espaço que nunca deveria ter chegado às mãos da torcida independente.
Richarlyson é um depurador da torcida tricolor!
Mais do que um grupo de pessoas que acompanha fervorosamente um time, a torcida do São Paulo se tornará um agrupamento de seres humanos de verdade. Pessoas de caráter.
Falta 'só' o São Paulo se posicionar firmemente contra esse lixo de pessoas que se dizem torcedores!
Quarta-feira é o dia em que o Morumbi voltará às mãos dos verdadeiros torcedores do São Paulo!
Já vi esse filme no ano passado...

14 de ago. de 2009

Na total incapacidade de versar, sou obrigado a prosear.
Ando à procura daquele tal amor perfeito...
Não...não estou procurando de verdade. É só modo de falar...
Queria 'só' entender significado tão concreto para algo tão indefinível, impalpável.
A poesia, tão recorrente meses atrás escasseou. Sinal de novos tempos e é preciso ir com a maré!
Aquela poesia foi bastante importante para clarear algumas dúvidas. Para escurecer também!
Hoje veio a dúvida e mesmo tentando, fui incapaz de escrever um verso sequer.
Talvez por que não esteja encontrando amor nas poesias. E talvez porque não encontro poesia no amor.
Amor perfeito deve ser carregado de ilusão, não?
Coisa de cinema. E provavelmente dura como um filme de Hollywood.
Tem seus altos e baixos. Cúmplices e vilões. Sustos e risos.
Mas termina!
Tenho pensado, cada dia mais, que amores perfeitos são aqueles repletos de defeitos. (eis aí um resquício poético)
Aceitação das falhas de lado a lado. Preenchimento de fendas e feridas de um para o outro.
E é um desafio fazer isso no mundo de hoje. E nem falo de amor que casa, que namora ou que transa. Falo de amor pura e simplesmente.
Difícil pra cacete aceitar-nos. Quanto mais aceitar os outros!
Lembro de uma frase, meio batida até, que diz que 'amigo é aquele que sabe tudo a seu respeito e ainda assim é teu amigo'!
Bonita, né?
Não tem troço que entre no meio de um amor verdadeiro. Esse, sim, perfeito!
Não se sabe nem onde começa um e termina o outro. Aliás, nem são dois amores, são o mesmo!
Mas enfim...só um registro da dúvida...
Engraçado é que mesmo o amor próprio, quando falso, faz com que a pessoa, de tão auto-amada, seja incapaz de ver e aceitar os próprios defeitos.
E o mundo de hoje é tão umbiguista, tão perfeccionista, que acaba prejudicando o relacionamento entre indivíduos...

7 de ago. de 2009

Amor

Amor que
Existe
Insiste
Resiste
Subsiste
Desiste.
Amor que
Vem
Que vai,
Que se
Esvai
Retrai
que trai
Subtrai
Amor que
Forma
Disforma,
Reforma
Conforma
Amor que
pelo sim
pelo não
sem fim
sem perdão
sem condição...
sem cor
com dor.
Amor que se vive

14 de jul. de 2009

Há quatro anos, o TRI

Semestre épico aquele de 2005!
A prova de que Nick Hornby está certo em "Febre de Bola".
Quando tudo vai bem na vida pessoal, o futebol conspira e se alinha ao momento trazendo uma felicidade que poucas vezes experimentamos na vida.
E vice-versa!
Quando tudo vai bem na vida de torcedor, os dias ganham cores e contornos mais vivos.
Foi dessa forma que vivi aquele primeiro semestre de 2005.

Acompanhando de longe o começo da temporada.
Da Bahia, lia que o time cascudo de Leão havia acumulado gordura para o resto do estadual, que veio fácil fácil, mesmo depois de um resquício "amarelão" da década que estava prestes a se encerrar. Uma derrota para a Lusa num Pacaembu tricolor, quando poderíamos nos sagrar campeões invictos.
Década amarga aquela!
Junto ao paulistinha, uma primeira fase complicada na Libertadores.
Vitórias num Morumbi sempre cheio, mas sempre com uma desnecessária dificuldade.
Fora de casa, três empates cascudos! 3 a 3 em La Paz, contra Strongest, 2 a 2 em Buenos Aires, contra Quilmes (quando poderíamos ter segurado a virada!) e um 1 a 1 contra Universidad do Chile, em Santiago, já com Milton Cruz como interino.
Conclave Tricolor fechado, escolhe-se Paulo Autuori!
Depois da chegada, não apenas não perdemos mais em casa, como sequer tomamos um gol!
Strongest, Palmeiras, Tigres, River Plate e Atlético Paranaense foram impiedosamente humilhados no Morumbi! (3 a 0, 2 a 0, 4 a 0, 2 a 0, 4 a 0).

A final, ah...a final!
Não estava lá no Morumbi!
Algo que me faz desejar demais outra Libertadores! Outro semestre épico.
Estava fora do continente, junto com meu irmão mais velho e minha irmã.
Passei a madrugada na internet ouvindo a festa nas coletivas pós-título!
A última cena que me recordo no telão de um clandestino bar catalão é Rogério Ceni levantando a taça.
Eternizado!
Fechando uma década horrorosa e abrindo uma nova fase gloriosa para o Tricolor!

Inesquecível!

6 de jul. de 2009

Precisamos de você

por Bertolt Brecht

Aprende - lê nos olhos,
lê nos olhos - aprende
a ler jornais, aprende:
a verdade pensa
com tua cabeça.

Faça perguntas sem medo
não te convenças sozinho
mas vejas com teus olhos.
Se não descobriu por si
na verdade não descobriu.

Confere tudo ponto
por ponto - afinal
você faz parte de tudo,
também vai no barco,
"aí pagar o pato, vai
pegar no leme um dia.

Aponte o dedo, pergunta
que é isso? Como foi
parar aí? Por que?
Você faz parte de tudo.

Aprende, não perde nada
das discussões, do silêncio.
Esteja sempre aprendendo
por nós e por você.

Você não será ouvinte
diante da discussão,
não será cogumelo
de sombras e bastidores,
não será cenário
para nossa ação

1 de jul. de 2009

Carta a um voluntário do Teto

Caro voluntário,

Vou lhe contar uma história sobre o Tempo. Não se preocupe, serei breve!

Certa vez estive no Peru. Não faz muito tempo...

Entre dias e dias de viagem, milhares de passeios por ruínas de civilizações anteriores a nossa. Desde Tihuanaco até o império Inca, que pereceu após a chegada dos espanhóis. Os europeus dizimaram índios de ponta a ponta do nosso continente e acabaram por impor um modelo de civilização que conhecemos até hoje!

Toda a forma como pensamos e enxergamos o mundo hoje tem suas raízes nos povos europeus que influenciaram quase todos os cantos do planeta. Em especial as Américas.

Mas voltando à minha viagem...

Em uma das cidades que visitei, Ollantaytambo, tive uma epifania. Um daqueles momentos de grande aprendizado, grande iluminação, em questão de segundos. Observava um santuário Inca de uma cidade que, ainda hoje, permanece usando algumas estruturas construídas antes da chegada dos europeus. Os aquedutos, por exemplo...

Esse santuário ficava no alto de um morro e atrás dele havia um vale de tirar o fôlego! O guia explicava que o santuário estava inacabado por causa da invasão dos espanhóis (sempre eles!). Apontava as evidências de que ainda faltavam pedras a serem colocadas no santuário.

Aliás, sugiro que você pesquise um pouco sobre a engenharia dos Incas. Eles eram capazes de construir um muro com pedras gigantescas se encaixando como um enorme quebra-cabeças! Não usavam nada como cimento. Só encaixe! E, acredite ou não, essas obras estão em pé até hoje. Resistindo ao tempo e aos fenômenos da natureza como terremotos, típicos no Peru. Nem mesmo as construções atuais são tão resistentes!

E lá estava eu admirando o tal santuário. Impressionado, boquiaberto, admirado!

O guia mostrou o grande vale atrás do santuário e apontou a pedraria de onde os incas retiravam as pedras para construir não apenas aquele espaço, mas toda a cidade ao redor de onde estávamos. No meio do caminho, entre o santuário e a pedraria, havia um gigantesco bloco de pedra. Arrastado e largado ali.

Sim...Drummond que me perdoe, mas no meio do caminho havia uma pedra!

Não um simples bloco de pedra, um bloco de uns 3m x 3m x 3m! Pesado como o inferno! Cortado como se fosse um dado! E o primeiro espanto é pensar como, no século XV, eles eram capazes de ser tão precisos no corte de uma pedra!

E lá continuei eu. Mirando a pedra distante e ouvindo o guia. Imaginando o momento da chegada dos espanhóis se houve conflito entre nativos e europeus. Pensando, também, em como ‘raios’ os tais incas poderiam subir morro acima com um troço daqueles sem guindastes, caminhões, helicópteros ou qualquer coisa que o valha...

O guia explicava que eles eram capazes de demorar dias, semanas, meses, anos, décadas construindo aquele santuário. Gerações indo e vindo com o objetivo de terminar de construir aquele espaço sagrado...

Foi quando ele proferiu a frase que estalou na minha cabeça: “Um homem daquele tempo era capaz de passar uma vida toda construindo algo que certamente não veria acabado. A noção de tempo deles era diferente da nossa...”

Uau! Vai ser bem resolvido com o Tempo assim lá no Peru!

Depois disso, não consegui parar de pensar em como lidamos com o Tempo hoje em dia. Sim, Tempo com T maiúsculo. Esse mesmo versado por Caetano, filosofado por Heidegger ou fabulado pelos gregos...

Nos tempos modernos de hoje, lidamos com o Tempo como se ele fosse uma ampulheta das nossas vidas individuais. Uma fina areia que corre e cai de um bulbo de vidro para outro. Cada grãozinho representa uma meta a ser cumprida, um dia a ser vivido, um ano a ser completo. Ou, no bulbo de baixo, uma memória marcante, uma cicatriz incurável, um dia inesquecível...

E dessa forma vivemos todos os dias. Sem pensar que essa forma de ver o mundo é como o ar que respiramos. Está lá, respiramos, mas nunca filosofamos sobre ele...Não é algo visível, palpável.

Entre outras coisas, essa epifania me fez pensar em nosso trabalho voluntário.

Trabalho duro!

É o dinheiro a ser arrecadado. Favelas a serem visitadas. Coletas e construções agendadas no calendário.

Nesse final de semana de construção, pilotis a serem fixados. Pregos fincados na madeira e telhado pronto para uma família ter uma casa, uma vida melhor.

Trabalhamos com metas e é normal que seja assim!

“Começou, não pára!”, como diria o outro...

E, no horizonte, uma meta difícil de digerir. É Brasil que não acaba mais! Favela atrás de favela. Barracos morro acima e famílias desabrigadas água abaixo...

Assim fica difícil mesmo! Pensar em quanto trabalho teremos pela frente...

Mas queria nos dar uma sugestão: Que tal se começássemos a enxergar nosso trabalho como os incas enxergavam aquele santuário sagrado? Que tal se pensássemos no Tempo de uma forma que fosse mais fácil de digerir nossas metas?

Assim como eles pensavam bloco de pedra por bloco de pedra, que tal pensarmos casa a casa, família a família?

Imagine um homem carregando nos ombros um bloco de pedra morro acima pensando que jamais chegaria a desfrutar daquele santuário. Que talvez nem os filhos ou os netos poderiam realizar uma cerimônia religiosa por ali...

Agora imagine que mesmo assim as pedras foram recortadas e levadas até lá! Pedra a pedra! E todas elas se encaixando.

E aquele santuário de Ollantaytambo não foi o único! Há construções como aquela espalhadas por todo o Peru, pelo Chile, pela Bolívia...

Que tal vermos o nosso trabalho como fundamental para as gerações futuras? Que tal tirarmos um pouco do peso de ‘resolver o problema do Brasil’ e pensarmos no Tempo como algo contínuo, que não está cerrado dentro de bulbos de vidro ou marcado pelas batidas de nossos corações?

Para mim funcionou. Deu um alívio!

O problema das favelas no Brasil e na América Latina não é um problema individual, um problema meu. É um problema compartilhado! É nosso!

Continuo trabalhando. Continuo a ter metas, mas faço questão de dividir esse trabalho com meus contemporâneos e com as gerações que estão por vir.

Talvez seja esse o segredo dos Incas. Suas construções, de tão sólidas, resistiram ao Tempo como poucas na História...

Um abraço e boa construção!

Mellinho

27 de jun. de 2009

Ser ele for...

Se o Muricy for pro Palmeiras, perco minha voz no Morumbi. Aí sim a diretoria terá me deixado verdadeiramente puto!
Se o Muricy for pro Palmeiras, já tenho meu candidato ao título do Brasileirão. Ou alguém duvida?

25 de jun. de 2009

Michael Jackson

"Beat it, beat it,
Beat it, beat it,
No one wants to be defeated.."

Perdemos um marco da música do século XX
Grande pena...

Dou o braço a torcer...

...o São Paulo não seria capaz de fazer um jogo a altura deste primeiro Cruzeiro e Grêmio pelas semifinais da Libertadores.
Não com a bola que vem jogando.
E não pela bola que foi jogada no Mineirão hoje!
Mais o Cruzeiro, que mal deixou o Grêmio jogar.
Apesar das boas chances que os gaúchos tiveram para dar mais passos rumo à final.
Cada gol perdido pelo ataque tricolor...

Como marcou o Cruzeiro! Como atacaram o mineiros! Como infernizou o atacante Kléber!
E como joga bola esse Marquinhos Paraná!
Tudo sob a mais do que competente batuta de Adílson Batista.

O Grêmio, por outro lado, apesar de apresentar um futebol abaixo do esperado, mostrou muita garra.
"Não está morto quem peleia", lembrou um cada vez mais gaúcho Souza, que comeu a bola.
Pediu, foi para cima, jogou dos dois lados, cavou uma falta e converteu em gol a única chance gremista do segundo tempo, quando só dava Cruzeiro!
E pros sãopaulinos que não souberam entender o Souza quando vestia a camisa do Tricolor Paulista, eis aí um meio-campista completo!

O Imortal Tricolor está vivo graças a magistral falta cobrada por Souza.
Agora "só" precisa de um Olímpico cheio, atacantes mais inspirados e um capitão/camisa 10 que faça por merecer faixa e número.
Tcheco foi horroroso hoje!

Para quem nada tem a ver, fica a esperança de mais um bom jogo!
E a certeza de que o São Paulo vai ganhar companhia no posto de maior campeão das Américas no Brasil...

Em tempo: o Cruzeiro venceu por 3 a 1. A volta é na quinta que vem, em Porto Alegre...

24 de jun. de 2009

E ainda:

Além dos jogos que vi do Muricy como técnico do São Paulo, vi outros três como adversário do São Paulo.
Todos no Morumbi.
E adivinha só: três vitórias do treinador.
A primeira, em 2003, Internacional 2 x 0 São Paulo, na famosa despedida do Kaká, quando a torcida Independente (sempre ela!) escorraçou o menino que viria a se tornar melhor jogador do Mundo.
A segunda, em 2004, São Caetano 2 x 0 São Paulo, pelas quartas-de-final do Paulista. Aquele time jogava muito bem e acabou campeão estadual.
Por último, em 2005, Internacional 3 x 1 São Paulo. Este, porém, tem o atenuante do São Paulo estar jogando com o time reserva, pois acabara de vencer o River pela Libertadores e aguardava o jogo de volta em Buenos Aires.

Vai ser difícil caso o caminho do São Paulo se cruze com o do Muricy novamente...

21 de jun. de 2009

E digo mais:

Vi o time do Muricy ao vivo em 93 ocasiões.
Estive na primeira, numa derrota contra o Santo André, em Santo André.
E estive na última, quinta passada.
Foi, de ponta a ponta, o maior prazer que senti como torcedor do São Paulo.
Falo, sem medo de errar, que Muricy é meu maior ídolo no futebol.
Mas acho que muito poucos vão entender o que quero dizer...

19 de jun. de 2009

Só digo uma coisa:

"É Muricy...é Muricy...é Muricy!"

18 de jun. de 2009

Do blog da Neta




Depois de ouvir a declaração brilhante de uma pessoa comum sobre gente especial que não merece ser tratada como "pessoa comum", comecei a lembrar de tantos episódios que parecem refutar a afirmação. Confuso? As pessoas comuns são confusas...

Março de 1985. Meu filho Fernando tinha quatro anos. No jardim do prédio em que morávamos, ele dava voltas com a bicicleta herdada do irmão mais velho. As rodinhas ainda colocadas até que ele aprendesse a se equilibrar nas duas rodas.

Um menino pouco mais velho que também morava no prédio, tinha uma bicicleta idêntica, mas sem rodinhas. Os dois deixaram as bicicletas encostadas numa mureta para jogar futebol. Eu lia um livro no banco do jardim e acompanhava de perto as crianças no balanço, no gira-gira, correndo como crianças comuns, dando risadas comuns.

Quando avisei que era hora de subir, Fernando correu até a bicicleta e, sem perceber, pegou a sem rodinhas. Na primeira pedalada, um tombo. Um choro comum para um corte profundo no queixo. A correria de sempre com o tio médico, já acostumado com os pontos nos sobrinhos comuns.

No carro, a caminho do hospital, ouvimos pelo rádio que Tancredo Neves não tomara posse. Depois de vinte anos, teríamos um presidente não-militar. Não era um fato comum. Quem tomou posse foi seu vice. Os comentários variavam. O Brasil não tem sorte mesmo, diziam alguns. Brigamos pelas "diretas-já", conseguimos acabar com a ditadura e agora vem um velho político comum roubar a cena? Maldita diverticulite...

A cicatriz quase imperceptível no queixo ficou ligada à doença de Tancredo e ao calvário de cirurgias, boletins diários que interrompiam novelas. A maior novela tinha como cenário as janelas do Incor de São Paulo. Camelôs vendiam de tudo durante a agonia do presidente - o que foi sem nunca ter sido! Roque Santeiro comum. Impossível não associar a voz de Milton Nascimento e seu "Coração de Estudante" àqueles dias nada comuns.

O homem comum assumiu a presidência que não era dele. De forma indireta, pessoas comuns roubam a cena quando o destino quer. A História é cruel.

Nós, o povo comum, aguentamos planos para conter a hiperinflação comum. A corrupção virou rotina. Comum lá no Planalto Central. Comíamos brioches e croissants...

O Plano Cruzado congelou tudo. Os homens do presidente comum inventaram o tal do "gatilho salarial". Tiros certeiros nos pés do povo comum. Não conseguíamos comprar leite em pó para os filhos, nem carne nos açougues. Só no mercado-negro comum.
Outro político nada comum, eleito por nós, estudantes na década de 70, que num voto de protesto queriamos nos fazer ouvir. Pois esse senador comum, roubou como qualquer ladrão comum. Procurou bois gordos nos pastos, chamou a imprensa para mostrar como era incomum. Continua na ativa o antigo senador! Muito rico.

No meio dos planos salvacionistas, o salário devorado de um hora para outra. Filas nos supermercados. Claro que só as pessoas comuns se desesperavam com isso. Não tínhamos três poderes.

O presidente comum ainda tentou um plano comum chamado "Verão". A inflação insisitia. Tudo comum. Em 88, ganhamos nova Constituição. O homem comum passou a faixa de "miss" e mudou o "curral eleitoral" para estado vizinho ao seu. De galho em galho, como um macaco comum.

O povo comum que de escrita desenha apenas o próprio nome, sabia em que quadradinho marcar homens especiais. Sempre na situação, nunca na oposição. Tudo muito comum.

O Brasil deu muitas voltas. O real domou a inflação. A oposição gritou, reclamou de desmandos, mas o dinheiro valia a mesma coisa de um dia para o outro. Pessoas comuns entenderam o que é estabilidade. Falta uma educação mais comum. Uma saúde sem desmandos. Professores melhores do que os comuns. Distribuição de renda incomum.

O povo comum, que elege pessoas comuns, agora nas modernas máquinas eletrônicas, escolhe pessoas comuns de cabelos tingidos de "alazão", bigode penteado e jaquetão azul marinho. Sem sobrinhas, sobrinhos, netos e afilhados com depósitos comuns em contas bancárias identificadas. Nada comum. Nepotismo comum. Raiva comum. E sabemos que a justiça comum nada pode fazer. Se pudesse, nada faria. Tipo comum.

Neta
18 de junho 2009

contrário

Encontrei-te outra vez em sonho.
Foi contato passageiro.
Mas foi com tanto afeto
que me deixaste,
que me deixaste
contente.

Com tudo o que foi
e não mais poderia ser, contudo,
larguei-te em tento onírico.
A saber que não conto mais contigo

Acordei em verso
E embora o conteúdo seja inverso,
Com tato sinto que não a tenho em mãos
E me deixaste tão mais contente
Com o tempo que não foi em vão.

3 de jun. de 2009

Tenha dó!

Agora ele é coitadinho?!
Só falta punirem o André Dias por ter dado uma cabeçada no cotovelo dele!
Tenham santa paciência!
Sugiro o seguinte: comparem o jogo de quarta, apitado por um chileno, e o jogo de domingo, apitado por Evandro Roman...
E caso encerrado!

2 de jun. de 2009

Qual é o pior?

Navegando pelas páginas esportivas desta terça-feira, me surpreendi com a manchete do UOL Esporte: "Jornais revelam que Morumbi é pior estádio da Copa e pode reduzir capacidade"

Ok, sou sãopaulino e quando se trata de Morumbi, sou o primeiro a criticar!
Conheço o estádio por frequentá-lo quase que semanalmente há uns bons seis anos e sei dos inúmeros defeitos que ele tem.
Os acessos das ruas ao estádio são péssimos. Rampas que não atendem à demanda e ao fluxo de torcedores em grandes jogos. Portões que se mantém fechados por organização da polícia paulista e criam uma fila interminável e insuportável momentos antes das partidas.
Quantas vezes não fiquei sufocado entre dezenas de torcedores à espera da polícia liberar o fluxo para a revista e, em seguida, para as catracas? Quantas vezes não vi crianças sendo esmagadas por torcedores sem respeito que só fazem empurrar e enervar os já tensos policiais?

Catracas adentro, a coisa continua igual. São apenas doze bocas de entrada para as arquibancadas. Três para o setor azul, duas para o setor laranja, três para o setor especial (antigo setor vermelho) e quatro para o setor amarelo (o menos frequentado em dias de jogos).
As bocas, combinadas com os alambrados que dividem a arquibancada em setores, são a maior evidência de quão obsoleto o Morumbi está hoje. Bocas que datam da década de 60 e alambrados da década de 90, marcas de um tempo em que torcidas precisaram ser divididas.

Desafio um torcedor a ir do alambrado que divide o setor azul do amarelo até o banheiro em dia de jogo cheio! É um suplício, porque, na teoria, a boca mais próxima está do outro lado do alambrado, no setor amarelo! Na prática, o torcedor tem que passar pelo desafio de se equilibrar em linha reta entre as pernas de uns e as costas de outros até chegar à boca de acesso 'mais próxima'. Toda vez que faço isso, penso nos vendedores de sorvete ou água!
Além disso, a grande burrice arquitetônica do Morumbi é a disposição das escadas entre os assentos. Vá a um jogo e note que há escadas apenas de um lado das bocas!
De modo que o melhor jeito para evacuar o público é fazer com que ele desça degrau a degrau pisando nos assentos de plástico! Além do fato de o 'degrau' ter uns 60 cm!
Mas isso deveria ter sido previsto até nos anos 60 pelo Artigas!

Ok...mas vou mudar o foco!
Queria apenas pontuar algumas das críticas que faço ao estádio do meu time do coração.
Acho que vai ajudar a sustentar algumas inquietações que seguem.

Voltando à manchete, digo que me supreendi.
A primeira pergunta que me veio à cabeça foi: Quais são, realmente, os outros estádios da Copa?
Façamos uma lista, então. Em ordem alfabética de cidade-sede, como fez Blatter:
Mineirão, em Belo Horizonte; Mané Garrincha, em Brasília; Verdão, em Cuiabá; Arena da Baixada, em Curitiba; Castelão, em Fortaleza; Vivaldão, em Manaus; Arena das Dunas, em Natal;  Beira-Rio, em Porto Alegre; Cidade da Copa, em Recife; Maracanã, no Rio de Janeiro; Fonte Nova, em Salvador; e Morumbi, em São Paulo.

Listadas as arenas, uma análise superficial sobre cada uma. Baseio-me na página da Copa-14 do próprio UOL.
Em termos de gastos com investimentos especificamente nas arenas, Maracanã, Mané Garrincha, Verdão, Castelão, Vivaldão, Arena das Dunas e Cidade da Copa têm todas uma previsão de gastos superior a R$300 milhões. As recordistas são as arenas de Manaus e Brasília, com R$ 600 milhões de investimentos previstos.
Morumbi e Beira-Rio têm investimentos previstos em 135 e 14o milhões de reais, respectivamente.
Mineirão e Arena da Baixada não têm previsão divulgada.

Do primeiro grupo, digo que me surpreende o montante destinado ao Maracanã, recém-reformado para os Jogos Panamericanos, cujo legado ainda conta com o Engenhão (mas estes são outros 500, literalmente).
Entre as outras supresas, três potenciais elefantões em Brasília, Manaus e Cuiabá que, sabemos, não têm lá muita força em termos de futebol e de torcida. (Com todo respeito às três cidades, que infelizmente não conheço!)
Dos outros estádios, me preocupa também a nova Fonte Nova. Se nem soubemos lidar com os responsáveis pela ruína da velha, como virar a página e simplesmente nomear outros?
Recife me inquieta por já ter três arenas. É tão absurdo, ou maior, quanto querer erguer outra aqui em Sampa. Mas, enfim, deixo de ficar aflito e aceito que se diz que o Náutico abraçaria o novo estádio.
A Arena das Dunas desconfio da possibilidade de se tornar tão útil a nós brasileiros quanto a base militar norte-americana.
No entanto, acredito que todas as arenas do nordeste têm potencial de lotação dada a paixão da massa (e seu volume).

Do segundo grupo, me parece que as previsões estão ligeiramente esvaziadas, mas se trata de dois estádios particulares.
Quero mesmo é não ter que me preocupar com a quantidade de dinheiro investido no Morumbi e no Beira-Rio. Contanto que não venha do meu, do seu, do nosso bolso!
O mesmo penso da Arena da Baixada.

Agora retorno às inquietações iniciais:
Como dizer que o Morumbi é o pior estádio da Copa se há alguns que nem do papel saíram?
É estranho comparar um estádio pronto e acabado há quase 60 anos com um mero projeto.
Por quê o Morumbi seria o pior estádio? Em termos de investimentos previstos, ainda que triplicássemos, a soma é menor que de muitas outras arenas que carecem de reformas.
Até o inquestionável Maracanã parece precisar de mais do nosso dinheiro suado!
Aliás, por quê tantos questionamentos ao Morumbi se o Governo do Estado e o próprio São Paulo garantiram que não haverá investimento público? (gostaria muito de acreditar!)
E mais, de todos os estádios listados, são poucos os que demonstraram ímpeto de reformas nos últimos anos. Beira-Rio, Arena da Baixada e o próprio Morumbi vêm sendo melhorados aos poucos e com dinheiro dos clubes que os detêm.
No caso específico do Morumbi, o plano de utilização do anel inferior em dias comuns está saindo do papel cada vez mais. Em três anos, já há dois restaurantes, uma loja de material esportivo e uma livraria. Além da concessão de espaço para uma academia e da troca de assentos em um setor inteiro das arquibancadas.

Começo a achar que estão 'pegando no pé' do Morumbi.
Talvez o estádio seja 'o pior' justamente porque não aparenta dar espaço para 'vazamentos', se é que você me entende, caro leitor. Esses vazamentos que só investimentos públicos financiam.
Só acho que há muitos na imprensa comprando as baboseiras que a FIFA ou membros de seu (petit) comitê organizador andam dizendo por aí.
E, como disse, gostaria muito de acreditar na viabilidade de uma reforma sem uso do dinheiro público.
Mais do que isso, quero acreditar que o estádio se torne moderno e funcional, como pretende o perfumado projeto de Ruy Othake.

1 de jun. de 2009

Repeteco

Em 15 de Setembro de 2008, fiz esse post abaixo.
Parece um dia oportuno para relembrar:

Exercício de pesadelo...

Fiz um esforço.
Na verdade, o esforço não foi tão grande. Basta uma projeção do Brasil e do futebol brasileiro atual para a Copa de 2014.

Imaginei 10 manchetes possíveis. Algumas infelizmente prováveis...
Tentei ser o mais realista possível. Especialmente no que concerne a vida de torcedor, que conheço bem.

Ministério não garante término da construção do trem-bala Rio-SP
Irritado, Ricardo Teixeira afirma que governo terá oferecer alternativas aos torcedores.

Avião da Seleção Alemã cai a caminho de Cuiabá
Tragédia interrompe competição. Número de vítimas desconhecido.

Ônibus de torcedores americanos sequestrado no Rio de Janeiro.
Governador pede ação do exército no Complexo do Alemão, provável localização dos sequestradores.

Trânsito de São Paulo quebra recorde e cidade pára por 24 horas.
Metrô terá funcionamento especial em todas as cinco linhas.

Polciais Militares de São Paulo entram em confronto com hooligans ingleses.
Confusão teria se iniciado nos acessos do Estádio do Morumbi.

Arquibancadas cedem e vinte torcedores croatas morrem em Salvador.
Partida interrompida continuará em Recife. Governador baiano acusa construtora.

Cambistas agem livremente nos arredores do Maracanã.
Capitão da Polícia Militar afirma que policiais estão de mãos atadas pela legislação.

Caos nos aeroportos atrasam partida da Seleção em duas horas.
Técnico WL culpa desconcetração pelo empate.

Câmara arquiva CPI da Timemania
Presidente do G5 nega influência na decisão.

Seleção 'estrangeira' conquista Hexa
Pela primeira vez, nenhum jogador que atua no Brasil participou da campanha.

31 de mai. de 2009

hífen ou relação

Antes eras nada.
Ainda que fosse só desejo.
Logo, eras algo.
Outro lado da mesa, talvez.
Tempo passa, foste de outro.
Não por completo, mas
Não o sei completamente.
Depois, eras mais.
Relação cordial.
Outro lado do lado, talvez.
Subitamente, foste meu
mais intenso querer.
Eras uma e, no entanto, já
Havia sido várias.
Longamente quis-te, pois
Eras demais. Eras minha.
(E eu sendo o mesmo)
Rapidamente, já não a tinha.
E, num vazio, revelou-se outra.
Outra significação.
Dias, semanas, meses e és algo.
Não nada.
Não mais tudo. Nem tanto.
E, no entanto, em uma foste várias.
Milhão de significados.

27 de mai. de 2009

Juxta Crucem

uma folha a cair.
Não se sabe em que ponto,
no desenlace dum encontro,
do chão vai tocar.
Desbotada em outono,
no ocaso de um acaso.
Amarela
que só ela!
Solta do galho, pesada
Independente.
Jogada sobre o ar,
errante a levitar.
Folha madura
em queda segura,
ganhando peso 
e altura.

22 de mai. de 2009

A caminho da formatura santacruzense...

oração ao tempo

caetano veloso


És um senhor tão bonito
Quanto a cara do meu filho
Tempo tempo tempo tempo
Vou te fazer um pedido
Tempo tempo tempo tempo...

Compositor de destinos
Tambor de todos os rítmos
Tempo tempo tempo tempo
Entro num acordo contigo
Tempo tempo tempo tempo...

Por seres tão inventivo
E pareceres contínuo
Tempo tempo tempo tempo
És um dos deuses mais lindos
Tempo tempo tempo tempo...

Que sejas ainda mais vivo
No som do meu estribilho
Tempo tempo tempo tempo
Ouve bem o que te digo
Tempo tempo tempo tempo...

Peço-te o prazer legítimo
E o movimento preciso
Tempo tempo tempo tempo
Quando o tempo for propício
Tempo tempo tempo tempo...

De modo que o meu espírito
Ganhe um brilho definido
Tempo tempo tempo tempo
E eu espalhe benefícios
Tempo tempo tempo tempo...

O que usaremos prá isso
Fica guardado em sigilo
Tempo tempo tempo tempo
Apenas contigo e comigo
Tempo tempo tempo tempo...

E quando eu tiver saído
Para fora do teu círculo
Tempo tempo tempo tempo
Não serei nem terás sido
Tempo tempo tempo tempo...

Ainda assim acredito
Ser possível reunirmo-nos
Tempo tempo tempo tempo
Num outro nível de vínculo
Tempo tempo tempo tempo...

Portanto peço-te aquilo
E te ofereço elogios
Tempo tempo tempo tempo
Nas rimas do meu estilo
Tempo tempo tempo tempo...

15 de mai. de 2009

Cruzeiro

No meio do caminho, há um Cruzeiro.
Há um Cruzeiro no meio do caminho.

Não considero o Cruzeiro como um grande rival do meu time. Sem dúvida alguma, é grande. Sabe o que é Libertadores, sabe o que é ser campeão nacional e tem um time que dá gosto de ver.
O que disse é que não o considero como rival, que causa aversão e uma sorte de sentimentos negativos. Ao contrário, há uma ligeira simpatia pelo time mineiro.
Há também, porém, uma marca deixada para a eternidade.
Em minha vida de torcedor, divido-me em Antes do Cruzeiro e Depois do Cruzeiro.
Aquele gol no último minuto marcou minha maior fase de fanatismo adolescente! Mudou meu jeito de torcer e até de ver o futebol.
Dor que demorou a desaparecer!

Sobre o duelo específico desta Libertadores, só digo uma coisa: finalmente o São Paulo não chega como favorito para um duelo com brasileiro. Foi assim contra Inter, Grêmio e Fluminense. Perdemos as três.
E dessa vez decidimos em casa.

14 de mai. de 2009

Ídolo

Quem tem um, sabe muito bem reconhecer outro!
Que fase do Marcão! Que jogo!
Duvidei muito da volta dele, mas, uma vez de volta, jamais duvidei de sua capacidade debaixo das traves!
Tinha certeza absoluta que ele seria o melhor da noite de terça!
O único GRANDE feito, diga-se, de Luxa na volta ao Palmeiras.
Santificado seja o nome de Marcos!

12 de mai. de 2009

o futebol e o futebol

Faz uns cinco meses que li Wisnik em Veneno Remédio.
Que livro!
Não sei se foi ter lido a peça. Obra prima. Mas passei um começo de temporada diferente dos anos anteriores.
Lembro de um 2006, quando afirmei para os quatro cantos do CHE que seria mais sãopaulino hoje que ontem. E numa progressão geométrica!
Talvez seja pensamento conformista. Talvez seja meramente adaptativo. Penso que seja evolucionário! Mas acho que tenho apreciado o futebol alheio. Tento não apenas enxergar a grama do vizinho como semelhante, mas como a minha própria grama!
Nada melhor! Vi gols de Ronaldo, Cleiton Xavier, Neymar, como gols meus. De quem ama futebol!
E o sofrimento fica restrito ao momento completamente irracional de um jogo das arquibancadas!
E que momento! É hora do país resgatar essa paixão. Sentir o que é estar lá. SER lá!
Inigualável! Pensar....saber que o que acontece no campo acontece junto, indissociável, do que balança nos assentos!
E poder simplesmente criar uma identidade através do outro. Aquele que nos nega, segundo Wisnik.
...

10 de mai. de 2009

Campeonato Brasileiro

por FERNANDO FIGUEIREDO MELLO

Brasileiro?
 
Entro no site da Confederação Brasileira de Futebol, a CBF. Gestora maior do futebol brasileiro e da seleção brasileira.
 
O site é feio, mas vamos lá. Hoje é sexta-feira (8), véspera do início de um dos maiores campeonatos nacionais do mundo, o Campeonato Brasileiro.
 
Procuro, procuro, procuro. Cadê o Brasileirão, meu Deus? É, confirmado. A estrela da CBF é a seleção. A seleção e seus contratos milionários. Os ovos de ouro da CBF.
 
Promover o Campeonato Brasileiro? Ah, bobagem... Divulga aí a tabela, faz um semináriozinho na semana do início do torneio e tá ótimo! Na Europa, deve ser assim também. Eles não têm logotipo e HINO das competições, os anunciantes não promovem os campeonatos, não veiculam nada na mídia falando dos torneios. A Liga dos Campeões, por exemplo. Nem tô sabendo que a final vai ser em Roma, no dia 27 de maio. Ah, olha lá! No site da Uefa (uefa.com) já tem a data da final de 2010 da Liga. Vai ser dia 22 de maio, no estádio Santiago Bernabéu, em Madri.
 
Ah, mas lá é diferente, eles precisam divulgar as coisas com antecedência. É muito dinheiro. E, afinal de contas, tem muito mais craque lá do que aqui!
 
Aqui tem só Ronaldo Fenômeno, Marcos, Adriano, Fred, Nilmar, Kléber, Miranda, Léo Moura, Juan, Ramires, Kléber, Kléber Pereira, Edmílson, Washington, Diego Souza, Keirrison, Hernanes, D'Alessandro, Máxi López, Cleiton Xavier, Jean, André Santos, Júnior, Elias, Taison, Neymar, Diego Tardelli, Neto Baiano, Victor Simões, Rafael Moura...
 
Nossa, o Brasileiro tá legal, né? Tem campeão do mundo pelo Brasil, ótimos veteranos, promessas, sensações de 2009...
 
Tem ainda o Rogério Ceni, que deve voltar aos campos em breve.
 
Pô, o Brasileiro é bom mesmo!
 
É, apesar do descaso da CBF, que não se importa com o futebol brasileiro e não promove como deveria um dos maiores campeonatos nacionais do mundo, estufe o peito, brasileiro, porque você tem, sim, um dos melhores campeonatos do mundo.
 
O Campeonato Brasileiro vai começar! Apesar da CBF.

9 de mai. de 2009

Tu

Foi tu.
A desequilibrar-me,
A chacoalhar a segurança
do meu mundo.
Em momento agudo,
quebraste minhas pernas.
E não quedei fraco e mudo,
Nem em martírio transformei.
Mas dura é a pontada no peito,
razão de paixão sem jeito,
Sonoro não sem efeito.
Pois que tiraste meu apoio.
Balancei.

8 de mai. de 2009

Campeonato Brasileiro

Amanhã começa o segundo melhor campeonato nacional do Mundo!
Sim, o segundo. Só ficamos atrás dos ingleses.
E a primeira imagem que me vem à cabeça quando penso no Brasileirão é a que segue:

A rotina é boa!
Mas fica a pergunta (levemente pretensiosa): O quê 19 times vão fazer para que o São Paulo de Muricy não seja Tetra?

6 de mai. de 2009

Construção de Maio

Sábios eles...

Toda vez que volto de uma construção, chego em casa com uma mistura de sentimentos.
Não sei o quê pensar, em quem pensar e nem como pensar. Tudo flui junto em revoada.
No caso dessa construção de Maio, o exemplo melhor dessa revoada foi ao término da apresentação do vídeo ainda na escola com todos os voluntários.
Quando um dos intendentes mitológicos finaliza em grito a apresentação, o refeitório vai abaixo. E eu junto!
Simplesmente não sabia como reagir. E fiz tudo ao mesmo tempo. Chorei e chorei de rir, gritei e bati na mesa enquanto aplaudia, abraçava amigos enquanto pensava em mim e pensei em outros enquanto sozinho.
Se isso tudo ocorreu num espaço de 10, 15 segundos, imagine em 48 horas que tipo de sentimentos pude expressar!

Normalmente passo horas pensando na ideologia por trás do projeto, na vontade descomunal dos voluntários e em como isso tudo combina com o que penso e quero para mim e meu mundo. Imagino os donos da casa aproveitando o novo espaço, novo lar. Lembro de quanta gratidão foram capazes de demonstrar e até de comportamentos que requerem antropólogos, sociólogos e psicólogos para entender e explicar. Traços de um Brasil tão estranho e desconhecido por mim.
No entanto, quase que imperceptível, extremamente discreta, fica a marca dessas pessoas em nossas almas de voluntários. E é aí que quero chegar.

O que existe de mais belo e interessante no Teto é essa via de duas mãos que é difícil de mostrar em vídeos ou folders institucionais. Difícil porque a melhora ou ganho mais observável fica justamente do lado das famílias que recebem a casa. Teorica e inicialmente, são essas pessoas que vivem em condições terríveis que queremos e tentamos ajudar.
E é esse justamente o foco principal do projeto.
Mas disse 'via de duas mãos' porque há outros tantos efeitos que só quem os vive sabe quais são. Ou ao menos sente quais são.

Discretos, humildes, silenciosos, os moradores da favela passam ensinamentos que não estão em cartilhas ou sequer podem ser verbalizados. Não são expressos por palavras, gestos ou símbolos.
São transmitidos pelo olhar.
Fico pensando no quão difícil é transmitir ensinamentos apenas pelo olhar.
E fico me perguntando se eles sabem que nos transmitem isso tudo. (É claro que sabem!)
Uma sabedoria popular que não se encontra em carteiras ou bibliotecas universitárias. Que talvez não possa nem ser descrita em palavras (o que transforma este texto numa mera tentativa).
"Sábios eles", pensei comigo mesmo depois de uma construção.

Mesmo sem saber muito como descrever, sou capaz de dizer que é esse tipo de sabedoria que falta aos nossos jovens. Que falta em nossos adultos. Que falta em nossos líderes!
Saber fazer. Saber fazer de fato. Com as mãos na massa. (E, por quê não, as mãos na merda?!)
Saber ouvir. Mas ouvir mesmo! Distinguir sons e silêncios e pausas.
Saber observar. Mirar, reparar! Notar cores e tons. Claro e escuro. Perspectivas...

Essa 'via de duas mãos' é uma troca significativa. Uma troca horizontal que se realiza por um acordo não-verbal.
Só ocorre quando ambos os lados estão abertos, dispostos a oferecer o que têm de melhor.
Não sei se estou sendo claro. Mas a verdade é que ás vezes acho que ofereci pouco em troca pelo tanto que recebi.
Voltei para casa querendo agradecer pela experiência. Por terem aberto meus olhos de uma forma nunca antes experimentada por mim. Por terem oferecido tanto apoio sem que lhes pedisse. Até mesmo por criarem novos laços maternos.
Ao irmos embora, a dona da casa, Cida, disse: "Voltem porque a casa também é de vocês e vocês são como filhos..."

É...sábios eles!

4 de mai. de 2009

Equipe Leal



Um teto para Cida e Oliveira!
Essa marcou demais!
Valeu equipe leal!

14 de abr. de 2009

Paredão Tricolor

O maior


Ser o maior não é sê-lo sempre.
Deve ter sido, algum dia, o menor.
Ser o melhor também pressupõe erros. Quem é que aprende sem eles?
Ser unânime significa que, em algum momento da vida, houve opinião contrária.
Grande é aquele que passa por isso, cresce e chega na plenitude.
Rogério Ceni é grande!
No São Paulo, é o maior.
É o maior porque passou anos como reserva. Aprendeu mais que ensinou.
É o maior porque teve infernos astrais e deles saiu. E como saiu!
Maior porque perdeu tudo! E também porque tudo ganhou.
Errou, sim! Nada tão humano!
E que ser humano de bem!
Não se ouve coisa diferente de quem o conhece de verdade.
Boa pessoa, bom ser humano, honesto, fiel, companheiro, leal.
Humilde demais!

Força, Rogério!
Aproveite a companhia da família, se recupere com tranquilidade e depois volte feliz para os gramados!

8 de abr. de 2009

Metavisão

...e disse:
"Ás vezes acho que me observo.
Lá longe.
Lá de longe.
Esse aqui mal compreende o de lá. Parece que não lembra da dor. Nem mesmo da alegria.
O de lá, perdido, nem sabe que é observado. Ou sabe? Nem quer acreditar em saídas. Em idas e vindas.
Esse mundo que gira. E gira.
Mas o de lá, meio na inconsciência, meio na inconsequência, vai. Acaba indo mesmo. Nem sempre de cabeça erguida. Alguns hão de levantá-la para ele.
E o de cá ri desdenhoso. Ou seria o desdém medo travestido, escondido, reprimido?
Sei lá. Ou sabe lá...
O de cá sabe uma coisa. Ou duas: que não sabe porra nenhuma e que pra lá não volta de jeito nenhum. Nem se quisesse.
E o de lá aparenta saber mais. Ou querer saber mais"
E tenho dito.

7 de abr. de 2009

Irresponsáveis, hipócritas, burros...

Dirigente de futebol, no Brasil, não é flor que se cheire.
Também pudera! No mar de lama que assola o esporte mais popular do país, uns até tentam ser honestos e competentes, mas são obrigados a se sujar para "defender os interesses do clube".
São estes como flores que nascem no esterco e que, portanto, não são de se cheirar. Isto, frise-se, não os exime de responsabilidade pelo horror que se vê na administração do nosso futebol.
Outros são justamente os responsáveis diretos pela onda malcheirosa que nos bate às canelas a cada vez que pisamos numa arquibancada.
Incansáveis produtores de estrume e reprodutores de uma espécie de febeapá ludopédico, estes 'dirigentes' não se dão conta do quanto jogam contra eles próprios em nome da instituição que defendem.

Neste 2009, mais propriamente no futebol paulista, pudemos observar com tristeza a incapacidade de gerência de alguns cartolas.
E por "gerência", entenda-se tudo que envolve o comportamento humano. Desde discursos até ações.
Houve gente que não soube lidar com o próprio planejamento e foi incapaz de dialogar uma solução para a divisão de torcedores em seus próprios domínios. Esses aí, que diariamente bradam o 'modelo de gestão', não souberam prever o previsível e nem evitar o barril de pólvora que, sabemos, explodiu.
De outro lado, a pura incompetência, para não dizer irresponsabilidade, da cartolagem de inflamar a própria torcida às vésperas de um clássico. Burrice. A torcida 'ateou fogo' nela própria em mais um confronto com a polícia.
E enquanto o circo pegava fogo, aonde estava a diretoria populista?
Sabe-se lá aonde! Provavelmente em algum lugar distribuindo ingressos para bandidos organizados. Os tais 'mártires'!

Mas isso não bastou!
E olha só que hipocrisia!
O presidente 'comeu o próprio rabo' e ofereceu o mesmo tratamento deselegante (que eufemismo!)à torcida de outro rival.
Não soube nem pedir desculpas por ser tão hipócrita! E, não fossem alguns jornalistas e o Ministério Público, a diretoria estaria indo contra o tal regulamento dos 10% de carga para visitantes.
Mais uma vez, pólvora. E mais uma vez, confronto entre torcida e polícia.
Mais do que pólvora, copos de água, gestos obcenos e outras besteiras atiradas da Tribuna de Honra(!?) do Estádio Municipal. Dessa vez, irresponsabilidade do outro lado.
Se bem que é tudo farinha do mesmo saco, né não?!

E nessa semana, às vésperas de semifinais inéditas neste século XXI, haja pulga atrás da orelha!
Será que as arenas vão lotar?
Há loucos por toda parte!
Mas foi tanta besteira dita nesse começo de temporada que o torcedor de verdade deve estar desconfiado. E aí as arenas não enchem...
Os cartolas, burros que só eles, ficam sem entender o porquê! O lucro diminui, os patrocinadores fogem, a tal Federação desaparece...
E sobram os loucos. Com paus e pedras, copos de água e gestos obcenos. Homens das cavernas do século XXI!

Já li o jornal hoje e já não gostei!
Teve um que disse que "falta dar educação ao torcedor desde pequeno".
Mas que jeito interessante de educar: você bate em alguém e eu te dou um ingresso de graça!
Lamentável.
Numa coisa ele estava certo: temos que rezar!

5 de abr. de 2009

ou

Sou mais eu sozinho
Ou só sou junto?
Em volta dos quem,
Quais e quantos sou?
Que dose deles
Ou delas
Faz mal ou 
Faz-me o tal?
As letras que cá caem
São minhas ou
Autoria desprovida
da alforria?
Minha ciência própria
é pessoal ou
pura e ilegítima
dependência?

26 de mar. de 2009

1789

Transições são espelhos.
Mudanças são o caminhar frente a tais objetos reflexivos.
Um, ao olhar para tal superfície, frente à fronte, depara-se com si. Se fosse aquele a quem mira, não seria o próprio.
Que olha.
Vê-se diverso, avesso, contrário, oposto.
Vira-se; espelho às costas; traça um caminho.
Distancia-se aquele. Não some. Afasta-se.
E longe vai o próprio. Reflete
Fica longe o reflexo. Não some.
Somam-se espelhos a passos. Transições.
Mudanças a reflexos. Que não somem.
Caminha um e de si se afasta. Na busca de um si.
E se? Reflete
Mudo, muda.

21 de mar. de 2009

Hernanes, a seu tempo

Habilidoso, ambidestro, eficiente, craque.
São muitos os adjetivos que vem sendo colocados nas páginas tricolores dos jornais para definir o camisa 10 do São Paulo.
Mesmo quando entrevistado, Hernanes trata de reforçar as características que lhe atribuem. Entrevistas como a de sábado, na página de esportes do Estadão.
O meio-campista (sim, ele é!), porém, sabe bem da responsabilidade que vem junto com o número estampado nas costas, ainda que não acredite que isso possa trazer diferenças em sua maneira de jogar.

Quem vê Hernanes em campo normalmente enxerga o talento de um jogador completo. Chute forte com ambas as pernas, capacidade defensiva de alto nível e noção espacial invejável.
(Repare como protege a bola deixando-a entre as pernas, preparando o corte seco improvável, impossível para os marcadores).
Ao lado de Jorge Wagner, o pernambucano é a peça mais importante do time.
Se um dos dois não vai bem, o São Paulo sofre para ganhar.

Na última quarta-feira, o Tricolor foi ao Uruguai e trouxe vitória importante diante do Defensor.
Num jogo típico de Libertadores, a vitória chegou em uma das poucas chances criadas. E Borges não perdoou.
Inegavelmente, o torcedor sãopaulino sabe qual é a 'pegada' de um jogo de Libertadores. A vida nunca é fácil e definitivamente não há perdão em campo, como Borges demonstrou.
No entanto, um sãopaulino atento pode ter tido a impressão de que daria para ser mais fácil.
Os termômetros do time não estiveram bem. JW e Hernanes pareceram meio desligados, ainda que o segundo tenha mostrado lampejos ao longo dos noventa minutos.

Depois da partida (e de outras tantas da Libertadores em que Hernanes pareceu 'desligado'), comecei a pensar em outros motivos para explicar uma certa displicência do craque em partidas da Copa.
Além de todas as características citadas acima, Hernanes tem um traço em sua personalidade que o diferencia e o credencia a se consagrar vestindo a 10.
Hernanes tem um tempo próprio. Um ponteiro que é só seu.
Não está disposto a 'jogar a partida' dos outros, a correr no ritmo dos outros.
Até aí, isso pode ser um problema.
O sãopaulino não precisa ir muito longe para lembrar de outro camisa 10 de cadência e evolução próprias.
Danilo, que nunca foi unanimidade, também ditava o ritmo próprio, apesar de não fazê-lo sozinho. Parecia fora do mundo. Até uma assistência perfeita ou um tiro certeiro ao gol. Assim ele se consagrou vestindo a 10 Tricolor.

Hernanes vive hoje situação parecida. Mas tem mais adeptos e fãs que Danilo.
Para se consagrar, Hernanes deve aprender a ditar seu ritmo ao time. Deve saber 'ler' uma partida de Libertadores (que em muito se diferencia dos certames nacionais) e usar suas qualidades para o time. E não mais correr em seu ponteiro solitário.
Ao lado dele há jogadores que saberiam ajudá-lo.
A Libertadores 09 é a grande chance de Hernanes se firmar como craque nacional!

15 de mar. de 2009

Não faz mal

Faz mal o saber
O não saber e o não ter
que fazer.
Pregunto 'o que
fazer'.
Numa invasão que
desperta dúvida,
num arroubo de
nem reconhecer
o que de ti
sinto falta.
E a mim falta noção.
Perdido em mundo de idéias.
puro platão.
Seu amor que desconheço
e nem conheci.
E perdi e caí
Vasto o tempo
Sem que amo a ti.

9 de mar. de 2009

Fenômeno

Se eu fosse palmeirense, não estaria nem um pouco chateado.
Foi espetacular!
Ele foi o melhor jogador da partida jogando menos de 45 minutos.
Fenomenal...

8 de mar. de 2009

Dérbi

Eis uma homenagem aos dois clubes que duelam hoje.
Clubes que, diga-se de passagem, vivem desde suas origens um "tórrido e comovente caso de amor", nas palavras Conrado Giacomini.
Sobre o vídeo, garanto que foi um dos melhores jogos de futebol que já assisti. Incluída aí a partida de ida!


"É Júnior e Alex contra rapa, Galvão!"

7 de mar. de 2009

2009 diferente

2009 é diferente.
Pra mim e pros outros sãopaulinos.
Bastante diferente!
Ou seria só para mim?

Acontece que o Tricolor atingiu um patamar em que não me cansa assistir suas partidas.
Entenda, rival...não é soberba.
É nirvana.
E o que mais eu poderia pedir ao Muricy?
Sério...pense com o coração!
Se bem me lembro, quando o São Paulo foi campeão do mundo (ou melhor Campeão do Mundo), disse que jamais iria reclamar do meu time. Estava feliz para a eternidade!
Mas eis que o sãopaulino mais autêntico, nosso treinador, resolve ganhar três Brasileirões em seguida.
Veja bem: Muricy dobrou a quantidade de campeonatos nacionais ganhos pelo São Paulo.
E o que eu repeti naquele saudoso sete de Dezembro?
"Jamais vou reclamar do meu time outra vez!"

É nirvana!
Simplesmente não consigo ver o 'lado ruim'. É tudo bom...
Até quando o Tricolor perdia do Independiente na estréia da Libertadores eu me divertia ao ver a dificuldade do ataque em colocar a bola para dentro. Ria dizendo: "Hoje ela não quer entrar..."
E, como sempre, o Tricolor arrancou mais sorrisos. Que golaço do Borges!

E para ser mais sincero ainda, garanto que não estou preocupado com a temporada.
Continuo indo ao estádio, sofrendo durante as partidas e pensando no time, mas o estado de espírito é tão bom que é por prazer e não vício. Nem superstição.

Se a Liberta não vier, ao menos será divertido acompanhar como 19 clubes tentarão (mais uma vez) impedir que o Tricolor levante o caneco!
Eis uma frase dita em 2007 e repetida em 2008: "O São Paulo não vai ser campeão. Não vão deixar..."
Melhor não prever nada, freguesia!

17 de fev. de 2009

jovem

O jovem é arrogante.
Arrogante por querer e por demanda.
Por necessidade.
Jovem impetuoso, novo em experiências...
Esse jovem, cara e alma limpas, mal sabe;
ou sabe mal?
Jovem cheio de si, revelado
Vazio.
Vazio em ânsias.
Cheio de ansiedades.
Jovem,
obrigado adulto,
maduro em saberes,
sabores e mau-gosto.
Jovem arrogante porque
de si quer,
de si lhe pedem...

15 de fev. de 2009

Obrigado, Andrés

E ficou determinado que o Corinthians não mais usará o Morumbi como mandante.
Só colocará seu time em campo se for visitante. E provavelmente só contra o DONO do Estádio.
Eu só tenho a agradecer!
Que eles encontrem outro 'Salão de Festas'.
Aliás, agradeço também pelos placares eletrônicos que eles 'compraram' para nós na Copa do Brasil de 2008!
Bem que as cativas 'alvinegras' poderiam ser vendidas também, não?!
Agora...acho difícil colocar mais de quarenta mil torcedores no Pacaembu ou em qualquer outro estádio do Estado.
Mais do que nunca, o Morumbi é Tricolor!

13 de fev. de 2009

Muricy

No dia em que aquilo me aconteceu, também aconteceu isso aqui...

11 de fev. de 2009

Repeteco

A semana pede post antigo.
Mas recente:

10.24.2008

Murundu-obi

Essa casa é minha!
Você tentou roubá-la de mim.
Tentou enfeitá-la com suas bandeiras e rituais.
Pisou nela como se fosse sua e quis mudar a língua local.
Mas não! Oh, não!
A casa é minha.
Cada canto com seu conto.
Cada dia uma memória.
E em cada qual, uma, duas, milhões de emoções!
Porque nela me reconheço.
Enxergo-me nos outros.
Me vejo algo novo.
Porque essa casa é minha!
Minha e de outros!
Nunca será sua.
Nem que pise, grite, pule feito louco.
Essa casa é meu coração.
Para o qual você não tem chave.

6 de fev. de 2009

gostaria de ter escrito, escrevido, iscrivinhado...

keep me in mind

little joy

Composição: R. Amarante / F. Moretti

Read from start to end
And again
hold the feelings which are crossing the brain
Strips the chord of a sensible word
And what's worse?

She left her mark
Indelible
Oh the nature of her scripted verse
Keeps my eyes
Set on the page
And it says

Frankly dear I'm forced to give it up
Tried my hand and now I've had enough
Even though we have to say goodbye
Keep me in mind
Keep me in mind
Keep me in mind

Blamed in advance
For the past
With no bearing on the present tense
All that's left
Are claims that she made
When she said

Oh dear someday
You'll learn to be
Someone better, fit to pursue me
But 'til then
We'll call it the end
And she adds

Frankly dear the drifters had it right
Stayed the afternoon and left at night
Even though we have to say goodbye
Keep me in mind
Keep me in mind
Keep me in mind
Keep me in mind