7 de mar. de 2015

Sabedoria minha

Sabedoria sendo gestada no ventre do mundo:
Enquanto ela não chega, me debato com minhas ignorâncias,
Minhas velhas implicâncias, meus piores hábitos.
Hábito este de ser paciente só de boca.
Me fazer ausente na mais concreta das presenças.
Negar-me, contradizer-me, contraviver-me.
Hábito do poeta de aplicativo, não do espírito.
Dando murro em ponta de lápis.
Assim eu morro e faço morrer.
Fujo e finjo.

Se eu peço perdão, hei de oferecer.
Que seja por compaixão, não por hábito,
Por escambo de palavras.
O mesmo vale para a empatia:
Hei de abrir-me, largar armas.
Dar carinho.
A mão que afaga é a mesma que afaga.

Nenhum comentário: