12 de abr. de 2010

espelho

Disposto a receber luz ou não,
jogado-ao-mundo ao alcance da mão,
no menor clarão que dá porta em fresta,
recebo o feixe que enfim me resta.

Deste raio que bate em superfície,
se aprofunda o mundo e me toca,
especulo se disponho ou não da troca,
e do poder que cá no pulso padece.

Aquele lúmen que a um só tempo me altera,
de mim sai e mudo mudo a tez que aqui encerra
em outro eu, veloz e instantâneo, cá encontro,
mudado, enfim, pr'além daquele ponto.

E novamente, repito, não deixo terminar:
de volta à luz em rebote sem cessar,
compreendo o fado um dia a chegar.

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