Poderia chamar de indefinível essa cor.
Tornaria insuperável esse amor.
Faria de ti razão de toda dor
E ainda assim não estarias lá pra o que for.
Se te chamasse pra pegar em minha mão,
Correria o risco de te ouvir doído ‘não’.
Me poria a pensar no tudo em vão
E perderia o senso em solidão.
Hoje quero te beijar uma vez mais,
Pra provar-me desvencilhado e capaz
De viver só co’alma em paz
Sem sofrer com a falta que me faz
Se, no entanto, não quiseres
Se aproximar daquilo que me fere,
E um instante quiser qu’espere,
Me movo antes que a vontade se altere.
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