São Paulo campeão!

Antes de fazer um retrospectiva deste ano de 2006, que me dará 50% de trabalho, porque pretendo reler a maioria dos 'posts' nos dois blogs (este e futebol.blog.terra.com.br), e 50% de prazer, porque se trata, na maioria, de futebol, quero fazer aqui uma breve, porém apaixonada, análise do São Paulo Futebol Clube.

O ano termina de forma coerente.
O tricolor disputou o título paulista até a última rodada.
Jogou pela América até o último minuto.
Suou pela Recopa até o último grito da torcida.
E levantou a taça do Brasileirão com duas rodadas de antecedência.
Isso mostra várias coisas, mas, a principal delas é que o São Paulo mostra, depois de muito tempo, ser um time competitivo. Não se abalou em momento algum. Nem para o lado positivo, quando vitórias épicas ocorreram, nem para o negativo, quando os vices chegaram.
Aí está a diferença do São Paulo para as outras equipes.

Não pretendia citar rivais aqui, mas para ilustrar o que penso de um "time competitivo que não se abala", uso os exemplos do Corinthians na vitória épica na primeira fase da Libertadores, contra a Universidad Católica, e a fatídica (e já tradicional) eliminação para o River Plate em pleno Pacaembu lotado.
Também o exemplo alviverde, que liderava o Paulistão invicto, soberano, e desmanchou com uma derrota para o São Paulo. Perdendo o rumo até hoje.

"No São Paulo não tem isso", diria Muricy sobre seu presidente e sobre a rotina de seu clube.
O clima foi o mesmo desde o primeiro dia de treino, passando por momentos sublimes como a vitória sobre o Santos, no Paulistão, e as vitórias sobre Chivas, na semifinal da Libertadores, ou trágicos como a derrota para o excelente Internacional, de Abel Braga.

O time não perdeu o foco nem durante a Copa do Mundo, quando teve que esperar, arduamente, para jogar a segunda partida das quartas-de-final da Libertadores contra o Estudiantes. E precisando vencer! Nesse ponto, a insistência do chefe Muricy foi fundamental! Sempre com o bordão: "Aqui tem trabalho!".

Mas o diferencial está também no planejamento.
Só é campeão quem planeja! E o Corinthians em 2005, apesar de ter merecido, foi uma raríssima exceção num campeonato. Ainda mais de pontos corridos!
Um planejamento que deu certo! Porque o São Paulo jogou com o time reserva em várias ocasiões. E ganhou! A promessa de ter "dois times" se cumpriu.
O time reserva ganhou duas partidas, empatou uma e perdeu uma. São exatamente os sete pontos que separam São Paulo de Inter!
Outra diferença está na comissão técnica permanente.
No São paulo, nenhum técnico coloca sobrinho para comandar algum departamento. Seja preparador físico, fisiologista ou fisioterapeuta!
Os técnicos vão (ultimamente têm ido para o Japão), mas a estrutura fica. Assim como os jogadores.

Isso sem falar no marketing. Nos pequenos detalhes, que parecem bobos, mas fazem a diferença.
O São Paulo tem alguém para pensar até na propaganda que fica no microfone das entrevistas coletivas.
Ou ninguém reparou na propaganda do "Batismo Tricolor" na entrevista coletiva de ontem?
(Batismo esse que é, aliás, uma bela sacada).

Mas o São Paulo também tem seus defeitos.
A bilheteria continua uma desgraça.
Torcedores como eu, que fui a 33 jogos só neste ano, merecem algo a mais!
Só que esse "algo a mais" só deve ser implantado quando TODOS os torcedores, até os que pouco frequentam o Morumbi, forem bem tratados.
É necessário um cadastramento de todos os torcedores, mas que isso se faça de maneira rápida!
Um torcedor deve comprar seu ingresso em 1 minuto (cronometrado!). Se tiver uma fila considerável, em 20 minutos. Se tiver uma fila de final de campeonato, em 2 horas NO MÁXIMO (e olhe lá!)!
Lembro-me da partida contra o Paraná, quando fui ao Morumbi na tarde do jogo para comprar antecipadamente e levei mais de 1 hora para chegar a bilheteria. Detalhe que havia 5 pessoas na minha frente!
O São Paulo não pode se associar a um mau vendedor como é a Ingresso Fácil (seria cômico, não fosse trágico) e a BWA.
A venda para a final de Libertadores foi o maior erro do ano junto com a falha do Rogério no Beira-Rio. Venda concentrada no Morumbi, filas mal organizadas e pouca agilidade dos bilheteiros (eles não têm culpa se o sistema eletrônico das vendas é ultrapassado).
E notem que nem falei dos cambistas, porque isso tem no mundo inteiro.
Se houvesse cadastramento de torcedores, o cambista iria vender apenas o(s) ingresso(s) que lhe cabe(m).
Enfim, os problemas referentes à venda de ingressos são diretamente proporcionais ao tamanho da fila para a final da Libertadores!

Mas voltemos às boas coisas...
O que dizer a mais sobre Rogério Ceni? Basta vê-lo em campo para saber do seu valor. É o segundo maior sãopaulino, depois de Muricy! (o terceiro sou eu!)
Ilsinho faz a torcida do Palmeiras chorar e xingar, ainda mais, sua diretoria. Detalhe que o vi ao vivo com a camisa do Palmeiras ainda neste Brasileirão e contra o São Paulo. Ele perdeu de 4 a 1.
Fabão foi o melhor do ano! Não falhou (exceto no pênalti em Bautista) e não caiu de produção! Fará muita falta (apesar de ter feito poucas neste ano!)
André Dias, Miranda, Alex Silva, Edcarlos e Lugano! Este último, un Diós! Foram, cada um, essenciais em diferentes momentos.
Júnior! Outro que provoca nos palmeirenses a mesma reação que Ilsinho provoca.
JosuéMineiro, assim, grudados, já são uma Entidade!
Danilo, o incompreendido! Unanimidade entre os técnicos! Pra mim, seu valor equivale ao número de sua camisa! Deixará muita saudade. O gol contra o Chivas diz tudo (e me deixa com os olhos marejados).
Souza, outro que, ao lado de França, conquistou meu coração!
Leandro, a descoberta de Muricy! O símbolo da temporada 2006.
Aloísio, não digo mais nada depois do passe para o Mineiro, um ano atrás! Fazia sete anos que não comprava uma camisa do São Paulo. Comprei a dele!
Thiago, Alex Dias, Lenílson, Ramalho, Richarlysson, Lúcio, Bosco...o time é tão grande que aposto que cometi injustiças.
Muricy! Não desconfiei dele por um minuto sequer! Nem quando ele perdeu o prumo nas partidas contra o Boca! E sempre gritei seu nome!

Enfim...esse é o Campeão Brasileiro de 2006
O São Paulo Futebol Clube