25 de out. de 2006

Conversa de barbearia...

O segundo turno das eleições estão aí...
Não há como fugir!
Dia 29 é a mesma coisa. Lá vão os brasileiros, feito formiguinhas, para as seções eleitorais escolher (ou não) um candidato.
O que me surpreendeu nesse período entre turnos foi o debate político. Não aquele que aparece na televisão entre candidatos, mas aquele praticado (!?) pela população. Nós.
A impressão que eu tive é que tratamos política um pouco (talvez até muito) como futebol.
Veste-se a camisa, prepara-se a voz e solta-se o grito!
Acontece que não estamos jogando contra ninguém.
A tristeza do time de futebol é não ter um concorrente à altura para jogar. Não ter um time para defender aos seus ataques e chutes.
Quando dois rivais eternos ficam sem se enfrentar por um tempo, fica chato. Legal é ganhar do rival. É assim que se constroem grandes clubes.

Na política não deveria ser assim.
Não sei como é exatamente em outros países democráticos (existe mesmo esse negócio chamado democracia?), mas sei que não gosto da maneira como tratamos nossa consciência política.
Estamos do mesmo lado. Independente da escolha feita através do voto.
Gastamos tempo e energia para ver quem é pior que nos esquecemos do essencial.
Essa luta tende a zero. É uma perda. Não é como no futebol.

Veja bem, não quero passar aquela imagem de filme do Frank Capra, que exalta a democracia e a liberdade como maiores privilégios de um povo (no caso, o americano).
O ponto é que acredito seriamente que ainda existam pessoas que pensam no bem coletivo.
E acredito que ainda existam pessoas que pensam.
O que não consigo acreditar é que se possa escolher um candidato ou outro sem pensar seriamente. Votar em alguém pela 'fé'! Isso é absurdo!
Esse tipo de escolha não pode ser feita cegamente. Pelo menos não por pessoas que tiveram o privilégio(aqui ainda estamos nesse patamar de classificá-la como privilégio, veja só!) da educação. Que adquiriram, pela educação, a capacidade de entender, grosso modo, o que é bom e o que é ruim.

Sentemos por pelo menos um minuto para pensar no que vem por aí. Para pensar no Domingo próximo!
Senão não teremos tranquilidade para encostar nossas cabeças no travesseiro e dormir todos os dias.
Gastemos pelos menos um minuto por dia para pensar no bem coletivo. Um minutinho só.

Interessante aquele slogan da justiça eleitoral: "O Brasil é tão bom quanto seu voto"
Faz sentido. Já que esse voto será bom mesmo, se pensarmos com seriedade aonde colocarmos.
Se o voto for jogado no lixo, é lá que encontraremos o Brasil.

Um comentário:

yuribt disse...

Parece que a gente nem pode discutir: é competição...